Caso Gisele da Costa: MP passa a denunciar autor do crime por homicídio triplamente qualificado

por Julia Cappeletto
com supervisão de Caroline Berticelli
Publicado em 4 ago 2021, às 18h20. Atualizado às 18h21.

Uma audiência de instrução do caso Gisele da Costa Santos, onde foram ouvidas as testemunhas e o autor do crime, foi realizada na tarde desta quarta-feira (04), por meio de videoconferência, em Cascavel, no oeste do Paraná. A jovem de 26 anos foi encontrada morta dentro de um guarda-roupas às margens da estrada Chaparral, na área rural do município, no dia 8 de abril. O autor do crime era acusado de homicídio com quatro agravantes, mas após a audiência, o Ministério Público do Paraná (MP/PR) decidiu por mudar a acusação para homicídio triplamente qualificado, além dos outros dois crimes que o rapaz já estava sendo acusado, sendo de furto e a ocultação do cadáver.

A audiência é um desdobramento das investigações e também faz parte do processo de julgamento do acusado, preso em flagrante na data em que o corpo foi encontrado. Neste caso, as testemunhas escolhidas pelo Ministério Público, que atua na acusação, e ainda as selecionadas pela defesa do réu prestaram depoimentos. Na videoconferência foram apresentadas as provas colhidas durante a investigação do crime.

O promotor do caso Alex Fadel afirmou que sete testemunhas seriam ouvidas, entre elas policiais e pessoas que têm algum conhecimento sobre o acontecimento.

“Depois de toda essa colheita de provas, analisando todo o contexto colhido desde o inquérito policial até a audiência de hoje, o Ministério Público analisará se efetivamente o que aconteceu foi um homicídio doloso, ou se realmente estão presentes aquelas quatro qualificadoras apontadas pelo Ministério Público logo na denúncia. Enfim, com base nos depoimentos e também nas provas periciais e imagens, é que o Ministério Público formará convicção para que se manifeste depois”.

Alex Fadel – Promotor

Ao fim da audiência, o juiz deveria decidir se novas diligências serão realizadas, ou se já existem provas suficientes para marcar o julgamento. Neste caso, a situação ainda vai ao Tribunal de Justiça para decidir se realmente haverá júri popular. Somente após a decisão do Tribunal, será marcada uma data para o julgamento final.

De acordo com a advogada da defesa Suelane Gundim, a audiência é o momento em que é decidido se o réu será pronunciado ou impronunciado, ou seja, se haverá ou não o júri popular.

“A estratégia da defesa é a seguinte: de fazer com que aquilo que está sendo colocado na denúncia pelo Ministério Público, seja considerado excesso de acusação. E o excesso de acusação que a defesa visualizou são as qualificadoras do homicídio, que são o motivo fútil, a dificuldade de defesa da vítima, a asfixia e também o feminicídio, já que eles tinham uma relação”.

Suelane Gundim – Advogada da defesa

A irmã da vítima Ana Paula Santos, que busca justiça pelo crime, pediu para que as pessoas colaborem com orações.

“A gente acredita na Justiça aqui da Terra, mas o Nosso justo juiz é o Senhor Jesus”.

Ana Paula Santos – irmã de Gisele da Costa Santos