A polícia militar atende 10 mil ocorrências por dia em todo o Paraná com com duas grandes missões: salvar vidas e de cumprir a lei, mas, infelizmente ao longo da noite de 14 de janeiro, não foi possível salvar a vida de Daniela, disse o porta-voz da Polícia Militar do Paraná.

Há dois meses, Daniela Eduarda Alves foi morta pelo marido à facadas em frente à filha de dois anos, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba.

O local do crime, em Santa Terezinha, é simples, em que as casas ficam coladas umas às outras. Há duas casas mora o avô de Daniela e na esquina a irmã da vítima. No entanto, na noite do crime ambos não estavam em casa, mas os vizinhos tentaram chamar a polícia.

Vizinhos disseram que polícia chegou duas horas depois do primeiro chamado

Os vizinhos começaram a ouvir os gritos de socorro por volta de 22h. O marido de uma das vizinhas, foi até a porta da casa do casal e jogou pedras na porta da casa do casal, para tentar desviar a atenção do agressor, mas ele não parou.

Os vizinhos disseram, ainda, que Emerson Bezerra da Silva, o marido da vítima, é muito agressivo o que fez com que ficassem com medo de entrar na casa para tentar salvar a vítima.

Foi então que os moradores começaram a ligar para a polícia, incansavelmente, mas, os pedidos de socorro não foram atendidos de imediato. A polícia só chegou ao local em torno de duas a três horas depois do primeiro chamado. Para os vizinhos, se a polícia não tivesse demorado, Daniela poderia estar viva.

A família da vítima contratou um advogado para investigar os motivos pelos quais a polícia não atendeu a ocorrência de imediato.

Fazenda Rio Grande conta com apenas três viaturas

De acordo com o Tenente Coronel Neto, porta-voz da Polícia Militar do Paraná, o município de Fazenda Rio Grande conta com apenas três viaturas para atender 85 mil habitantes.

De acordo com o coronel Neto, a demora no atendimento do caso da Daniela, ocorreu devido ao atendimento a outras ocorrências também consideradas prioritárias, como de lesão corporal e invasão de domicílio. “ A polícia militar toma, obviamente, os cuidados necessários para que fatos desta natureza não ocorram novamente. Mas, temos apenas três viaturas. Não é o suficiente, mas é o que temos atualmente”, explica Coronel Neto.

De acordo com ele, a polícia militar atende 10 mil ocorrências por dia em todo o Paraná com com duas grandes missões: salvar vidas e de cumprir a lei, mas, “infelizmente ao longo da noite de 14 de janeiro, não foi possível salvar a vida de Daniela”, disse o porta-voz da Polícia Militar do Paraná.

Protocolos de prioridades da PM

Na noite do crime, ele garante que foi vista a possibilidade de acionar uma viatura de um município próximo, inclusive do 13º batalhão que é em Curitiba, mas, bem próximo ao local do crime. No entanto, não foi possível realizar o atendimento. “Nos cercamos de tentativas para atender essa ocorrência, mas temos que pensar que no mesmo momento também existem várias outras ocorrências registradas no 190 consideradas prioritárias. Logicamente, dentro do nosso protocolo de prioridade, essa ocorrência estava dentro dele, mas haviam outras tantas que também atendiam a esse protocolo. Infelizmente não houve a possibilidade de chegar instantaneamente ou até dez minutos que é o nosso objetivo de chegar no atendimento das nossas ocorrências”, lamenta o porta-voz da Polícia Militar do Paraná.

Veja a reportagem completa com os áudios das ligações com pedidos de socorro: