Caso bebê João: mãe é investigada por omissão
A mãe do bebê João Wesley de Lara, 10 meses, que morreu devido a maus tratos em casa, foi ouvida pela Polícia Civil. Emilly Amanda de Lara Pereira está sendo investigada pela suspeita de omissão, por não ter tirado o filho da situação de risco em que a criança estava.
Conforme o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), o suspeito pelos maus tratos é o próprio pai da criança e marido de Emilly, Everton dos Santos, que foi preso na terça-feira (04).
A polícia teve acesso a áudios de parentes de Everton, que levaram a polícia à suspeita de que Emilly foi omissa ao crime.
Em um dos áudios, uma pessoa da família do Everton desabafa, acusando a mãe da criança de saber que o marido agredia João Wesley. Com diversas ofensas, a pessoa cita que Emilly ainda havia comentado em algum momento que seu marido beliscava o bebê, e que ela estava sendo conivente ao ocorrido.
No dia da prisão de Everton, o que chamou atenção da polícia foi que a mãe da criança estava bastante nervosa. Fez ligações pedindo ajuda ao marido, e no depoimento revelou que teria medo de seu companheiro, que a ameaçava constantemente.
A mãe ainda está sendo investigada, e outros familiares serão ouvidos para a conclusão do inquérito.
“Presta atenção! Eu tô em paz! Já falei com a dona Marly. “Dona Marly, para!” Eu não quero que tenha medo, eu não quero que tenha nada. Só que tenha respeito. Se o Everton foi preso, se a justiça prendeu ele, eu não tenho nada a ver. Eles tinham as provas desde o início da investigação contra mim e contra o Everton. Não foi ninguém que foi lá e falou “prende só o Everton”. A justiça quis prender só o Everton. Então vocês prestem atenção no que vocês estão falando! Pelo amor de Deus, eu não tô incomodando ninguém… Eu só quero paz daqui pra frente!”, diz Emily em um áudio a parentes, divulgado pela polícia.
A parente ainda respondeu ter pena de Emilly, citando que ela amou mais o marido do que o próprio filho.
A mãe ainda está sendo investigada, e outros familiares serão ouvidos para a conclusão do inquérito.