Caso Adrian: MPPR não denuncia suspeitos por homicídio

Ministério Público não seguiu inquérito feito pela Polícia Civil que indiciou suspeitos pela morte do jovem de 17 anos

por Jorge de Sousa
com informações de William Bittar
Publicado em 30 set 2024, às 21h40. Atualizado às 21h56.
POST 15 DE 17

O desaparecimento de Adrian Rocha completou 45 dias e o Ministério Público do Paraná (MPPR) decidiu por não denunciar por homicídio os dois suspeitos pelo crime.

Caso Adrian: MPPR não denuncia suspeitos por homicídio
Jovem desapareceu no dia 16 de agosto após sair da casa onde mora, em São José dos Pinhais (Foto: reprodução / RICtv)

Erik Vinicius Izidoro Rosa e Cristian de Lima Plavak foram indicados pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) pelos crimes de sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver.

Mas o MPPR decidiu denunciar os suspeitos apenas pelos crimes de sequestro e cárcere privado.

“Entendemos que é um erro absurdo que precisa ser reformulado. Os vídeos, demonstram por si só, que ele não sairia vivo dali. Mas há testemunhas que também relatam isso. Vamos entrar com aditamento da denúncia pedindo a tipificação de homicídio doloso contra os dois suspeitos”, explica Lucas Fortunato, advogado da família de Adrian.

O MPPR ainda solicitou que a PCPR abra um novo inquérito para investigar a morte de Adrian. Dessa forma, seria preciso finalizar essa nova investigação para que os suspeitos possam ser denunciados por homicídio.

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Relembre o ‘Caso Adrian’

Segundo apuração Cidade Alerta Curitiba, da RICtv, no dia do desaparecimento, Adrian informou à mãe que iria à casa de um amigo, mas não retornou.

A mãe do jovem então teria mandado uma mensagem à ele, dizendo: “Te amo, volta pra casa”. No entanto, a resposta chegou em quatro dias depois com apenas duas palavras: “Cárcere privado”.

A mulher então teria feito um Boletim de Ocorrência, em que cita o fato da namorada do jovem recebeu mensagens com visualização única, nas quais ele afirmava ter sido sequestrado por envolvimento com tráfico de drogas.

Foram enviados aos familiares vídeos em que Adrian estava sendo ameaçado com armas de fogo e com relatos do jovem que teria traficado em uma área dominado pelos sequestradores.

“Por que você está sendo cobrado, malandro?”, pergunta um dos suspeitos à Adrian. A vítima responde: “Porque eu entrei para a vila de vocês”. Novamente, o suspeito faz uma pergunta: “E o que você estava fazendo?”. Adrian conclui: “Tava traficando”.

Em outro vídeo, o adolescente chega a citar os apelidos dos supostos sequestradores, antes de afirmar que será executado.

“Tô aqui com o mano XK e com o mano Abel. Eles são zika, os caras representam, irmão”, diz o jovem. Segundos depois, o suspeito pergunta para Adrian o que vai acontecer e se ele irá morrer, a vítima responde: “Vou morrer, mano”. O vídeo termina com o suspeito agredindo o jovem com uma arma na cabeça.

Outros vídeos enviados à namorada de Adrian apontam dois jovens ajoelhados, sob a mira de armas de fogo. A câmera então sai dessa imagem, mas ao fundo é possível ouvir o barulho de disparos.

Em entrevista ao Cidade Alerta Curitiba, uma pessoa próxima à família da vítima relatou que estão em busca de informações sobre o jovem.

“A gente não tem ideia do que está acontecendo. A gente só queria saber se ele está bem, se está vivo. A gente precisa de informações, esclarecer isso, porque está todo mundo desesperado. Muito difícil, para toda a família, os amigos e para quem estava próximo, quem conhece o Adrian, sabe que é um menino bom, tem um coração enorme. Só queremos saber onde o Adrian está”, disse.

Confira mais detalhes sobre o ‘Caso Adrian’ abaixo:

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