ÁUDIO: Policial envia mensagem após chacina: "pra não deixar peso para ninguém, eu fiz isso"
Fabiano Junior Garcia, policial que matou oito pessoas, nas cidades de Toledo e Céu Azul, no Oeste do Paraná, durante a noite de quinta-feira (14) e madrugada de sexta-feira (15), mandou um áudio para família antes de tirar a própria vida. Ouça detalhes:
“Família me desculpa, me desculpa. Mas eu não ia conseguir viver sem a Kassiele. Ela já não estava mais suportando o jeito que eu lidava com ela, não estava mais suportando se eu ia dar atenção pra ela ou não, e ela deixou a entender que ela não fazia questão de continuar comigo. Então, se é assim, como eu me dediquei toda a minha vida por ela e eu, dediquei de todo coração mesmo, eu desisti de pensar em qualquer outra pessoa, de pensar em pular a cerca, pra poder dar atenção, dar valor pra ela. Eu entrei em um momento de depressão, entrei nesse maldito jogo, para mim como uma válvula de escape para a depressão e me distanciei dela. E ela se acostumou com isso. E daí agora ela disse que tanto faz, então se ela tanto faz, ela não quis mais ficar comigo, ela disse que provavelmente iria separar, não iria ficar comigo do jeito que eu sou, eu sou com as coisas do meu jeito, então se é assim, eu já estava querendo fazer isso mesmo, porque eu já não consigo conviver com a situação da minha mãe. Eu vivo financeiramente ‘f*’, alguém iria ter que arcar com as despesas de tudo lá. Então pra não deixar peso pra ninguém, eu fiz isso”
Fabiano Junior Garcia – áudio
Em entrevista ao Grupo RIC, Hudson Leôncio Teixeira, Comandante Geral da PMPR (Polícia Militar do Paraná), deu detalhes de como foi a cronologia do crime.
“Ele trabalhou até às 19h e por volta das 23h entrou em contato com o cunhado e informou que havia matado a esposa, Kassiele Moreira de 30 anos, e a filha de um primeiro relacionamento dele, uma adolescente de 12 anos de idade. A polícia foi até o local e localizou os corpos.
De lá, ele foi até a residência da mãe, que fica nas proximidades na área central de Toledo, onde matou a genitora a facadas, uma senhora e o irmão de 50 anos, com um disparo de arma de fogo. Saindo dali, ele foi até Céu Azul na casa dos avós maternos, onde matou uma filha de oito anos e o filho de quatro anos. Na sequência, retornou a Toledo, e começou a andar pela área central da cidade. As equipes da PM tentaram localizá-lo de toda forma, no entanto, durante as buscas, ele encontrou dois homens, de 16 e 19 anos, caminhando pela via e disparou contra ambos, que morreram no local.”
Hudson Leôncio Teixeira, Comandante Geral da PMPR
A arma utilizada no crime é da corporação da PMPR. Em nota, a PMPR (Polícia Militar do Paraná) informou que o militar não tinha histórico de problemas psicológicos e trabalhava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade.
A Polícia Militar está consternada e lamenta profundamente o ocorrido nas cidades de Toledo-PR e Céu Azul-PR. O policial militar que prestava serviços no 19º Batalhão em Toledo não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos e atuava como motorista do Coordenador do Policiamento da Unidade.
Desde dezembro de 2020 a região conta com o apoio do programa PRUMOS, que disponibiliza atendimento psicológico e social aos militares e dependentes, com profissionais contratados para atuar nas Organizações Policiais Militares.
Nota PMPR
A SESP (Secretaria da Segurança Pública), informou que instaurou um inquérito em ambas as cidades onde aconteceram os crimes (Toledo e Céu Azul). A secretaria lamentou o ocorrido e informou que está dando todo o suporte à família das vítimas, veja a nota:
- Veja mais sobre o caso: Comandante da PM detalha cronologia da chacina no Oeste do PR
A Secretaria da Segurança Pública lamenta o caso ocorrido em Toledo e Céu Azul e informa que as Polícias Civil, Militar e Científica não medirão esforços para apurar a motivação dos fatos. Foi instaurado inquérito policial nas delegacias de ambas as cidades (Toledo e Céu Azul). Perícias foram realizadas nos locais e equipes de investigação seguem na coleta de informações e realizam diligências para concluir o caso.
Neste caso, as equipes do PRUMOS de Foz do Iguaçu e Toledo já estão atuando no suporte à família das vítimas. Além disso, uma equipe da capital também irá para a região para fornecer todo o apoio necessário.