Mãe afirma que filho preso é inocente; rapaz está com tuberculose
Matheus Alcântara, de 26 anos, foi preso por suspeita de matar um empresário em Matinhos, no litoral do Paraná. A mãe do rapaz afirma que ele não cometeu o crime e contratou advogados que realizaram um laudo particular contestando pontos da versão oficial, que levou o jovem para a cadeia. Agora, ele está isolado na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, com tuberculose e sua mãe vive com o medo de não vê-lo mais.
“Só isso que eu quero, provar a inocência do meu filho, só provar isso”,
diz Elisabete, mãe de Matheus Alcântara.
O jovem, que tem dois filhos pequenos, morava com a mãe em Matinhos e trabalhava como pintor. Ele não tinha passagens pela polícia e hoje responde por homicídio qualificado.
Leia também:
- Motorista de aplicativo com sinais de overdose causa acidente e tenta fugir
- Menina de 7 anos perde pai e mãe por Covid e consegue forças para continuar
Caso
Câmeras de segurança registram o assassinato de Alcis Joaquim Brasil dos Santos, de 57 anos, no dia 12 de julho. Na ocasião, o dono de uma serralheria em Matinhos foi morto por um rapaz que passa do seu lado e atira contra ele. Matheus foi preso duas semanas depois.
Um dos pontos levantados pela perícia realizada a pedido da defesa é o fato de que Matheus possui uma tatuagem na mão, enquanto o atirador não tem essa tatuagem.
“Esse laudo demonstra que não é possível identificar o autor do crime seja pelas imagens, seja por tatuagem, ou por qualquer outra forma e a questão da tatuagem que é muito falada, ela é contestada, o próprio laudo particular diz que a própria sombra produz ali como se fosse uma tatuagem, mas não tem como dizer que é uma tatuagem”,
diz Ricardo Baldan, advogado de defesa.
Outro ponto questionado pela família é que Matheus tem um problema no pé esquerdo e não estaria conseguindo correr desde 2017.
“Ele fraturou o é em 2017, foi pular do sobrado e caiu do sobrado de dois andares e ela falou que o pé dele, inclusive, é deformado”,
relatou Ricardo.
Não foram apenas as imagens que sustentaram o pedido de prisão, uma testemunha apontou Matheus como o assassino. Porém, a defesa contesta.
“Essa testemunha, que está como sigilosa, no primeiro momento ela vai na delegacia e lá formalmente assina perante a delegada e o escrivão e assina dizendo que não viu nada, que não tem como identificar a vítima. Ao passar alguns dias, de forma muito estranha, essa testemunha se encontra com um investigador e essa testemunha não é de novo levada na delegacia e não é ouvida formalmente, não foi feito um papel formal, simplesmente é um relato do investigador dizendo que essa testemunha procurou ela e que quer voltar atrás e que viu o autor do crime”,
contou Ricardo.
Segundo a mãe, Mateus estava com pneumonia e não saia de casa há três meses, por isso ela garante que o filho não cometeu o crime. Agora na prisão ele está com Tuberculose e Elisabete teme pela vida do rapaz. “Todo dia fala ‘ai eu estou com medo de morrer […] Medo de perder meu filho pelo fato da saúde dele estar muito séria”, diz ela.
“Quando ele entrou no sistema penitenciário se descobriu que ele tem uma tuberculose, foi feito exame e ele está numa situação grave porque ele está definhando, está emagrecendo muito, ele está transmitindo, portanto ele está isolado, foi transferido do complexo pro CT2 que é lá em Piraquara pro complexo que médio penal e lá ele está isolado por conta dessa doença”,
contou Ricardo.
A equipe do Balanço geral entrou em contato com a Polícia Civil, que afirma ter concluído o inquérito e encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP/PR) e, por isso, não vai se manifestar.