'Achei que era acidente, que eu ia ver ele todo ralado e rindo', diz viúva de jovem assassinado em Cascavel

por Giselle Ulbrich
com informações da RICtv Oeste
Publicado em 25 mar 2022, às 21h28.

“Na minha cabeça era só um acidente. Achei que eu ia ver ele só ralado (no hospital), que ia estar rindo quando eu chegasse. Porque ele sempre foi um menino alegre, bom. Nada abalava ele”, disse Deborah Larissa, noiva de Ailson Augusto Ortiz, 22 anos, assassinado durante uma briga de trânsito em Cascavel, na quinta-feira (23).

Deborah conversou com Vagner Krazt, apresentador do Cidade Alerta Oeste, nesta sexta-feira (25). Num depoimento cheio de dor, ela contou que Ailson havia acabado de deixar ela no trabalho, às 7h e, como de costume, seguiria para o trabalho dele.

“Em seguida eu mandei mensagem, mas ele não respondeu. Mas como a manhã dele é sempre corrida, eu achei que não tinha respondido por isso”, disse ela, até que às 8h30 a tia do rapaz ligou perguntando do sobrinho. “Nesse momento eu já senti uma coisa ruim”,

disse Deborah.

Um tempo depois, contou a noiva de Ailson, a tia do rapaz já telefonou de volta dizendo que ia passar lá no trabalho dela para conversar. Deborah já entendeu que algo grave estava acontecendo e imediatamente foi olhar os sites de notícias.

“Eu até vi uma notícia de homicídio. Mas passei por ela porque na minha cabeça era só um acidente, que eu ia ver ele só ralado e rindo a hora que eu chegasse. … Nunca na vida pensei que alguém ia ter coragem de assassinar ele daquela forma, tão brutal. Ele já estava no chão e o cara foi lá e atirou mais uma vez“,

disse a viúva.

Deborah e Ailson estavam noivos e cheios de planos. Estavam comprando um carro, marcando uma viagem para dezembro, montando uma casa para viverem juntos e fazendo orçamentos para a festa e cerimônia de casamento.

“A gente estava vivendo a nossa melhor fase, nossa vida era perfeita. Não tinha nada que atrapalhasse a gente. A gente era muito feliz, ele era tudo que eu tinha na vida. Ele demonstrava o mesmo, dizia que eu era o amor da vida dele. Difícil acreditar que não vou mais ter ele por perto. Que chegar na nossa casa e ele não vai mais estar lá”,

desesperou-se a jovem.

Na entrevista, ela ainda clamou por justiça, que Elias seja preso e que não saia em poucos dias ou meses.

“Que o julgamento seja justo, porque ele não é réu primário. Ele saiu de casa pra matar. O que ele fez não foi pra se defender, foi pra matar mesmo. E ele não matou qualquer pessoa. Matou o amor da minha vida, matou um filho, um neto, um sobrinho”,

chorou a jovem.

Elias se apresentou à polícia no fim da tarde desta sexta-feira (25). Apesar de já estar fora do período de flagrante, a polícia já tinha um mandado de prisão preventiva contra ele, o que o deixou encarcerado logo após o interrogatório. Amigos e familiares de Ailson foram para a frente da 15.ª Subdivisão ae Polícia Civil clamar por Justiça, após o enterro do jovem. Mas ainda planejam outro ato para às 10h de domingo. Nada está confirmado, mas se ocorrer, poderá ser em frente à Catedral de Cascavel.