Alunos da UFPR envolvidos em trote pagam fiança e são monitorados com tornozeleira
Os quatro veteranos envolvidos no trote violento na cidade de Palotina, no Oeste do Paraná, foram soltos após pagamento de fiança e aguardam as investigações, em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. Os jovens são apontados como principais suspeitos de terem jogado creolina, em pelo menos 18 calouros, do curso de Medicina Veterinária da UFPR (Universidade Federal do Paraná), durante um trote na quarta-feira (30).
Cada um dos indiciados pagou R$ 10 mil de fiança. O inquérito policial que foi aberto tem agora o prazo de 30 dias para ser concluído.
Na sexta-feira (1°) 19 pessoas passaram por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Toledo, 18 eram calouros. A outra é uma moça de 23 anos, do 4º ano de medicina veterinária. Ela estava com luva e é uma das pessoas que despejou o produto sobre os calouros. A aluna também se feriu e precisou de atendimento médico, porque acabou derrubando produto nas mãos e na perna. Ela foi até o IML acompanhada de um policial.
Na segunda-feira (04), o Delegado Pedro Lucena, responsável pela investigação, vai encaminhar a creolina utilizada no trote para que o IML (Instituto Médico Legal) analise se havia outra substância misturada.
Prisões
Quatro pessoas foram identificadas pelas vítimas e foram detidas pela polícia no fim da tarde de quinta-feira (31). Os jovens, dois homens de 21 anos, uma mulher de 23 e outra de 21 anos serão autuados a princípio por lesão corporal grave e constrangimento. Todos já foram interrogados, acompanhados de advogados, e alegaram que não sabiam que a creolina causava queimaduras.
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Segundo informações repassadas pela universidade à polícia, será instaurado um procedimento disciplinar contra os envolvidos, que poderá resultar em expulsões.
Sobre o trote
Cerca de 20 calouros da UFPR (Universidade Federal do Paraná), com sede em Palotina, no Oeste do Paraná, sofreram queimaduras químicas durante um trote realizado na tarde de quarta-feira (30). Todos foram levados ao hospital municipal da cidade.
De acordo com o universitário Marcelo Krein, quando os calouros chegaram ao local do trote eles identificaram uma caixa de leite e outra embalagem, a qual não sabiam qual era o conteúdo.
“Perguntaram para eles [veteranos] o que era que tinha na lata e eles responderam que era creolina. Alguns integrantes que estavam na roda questionaram se não ia queimar, mas eles não falaram nada e começaram a passar o produto na gente”.
conta Marcelo.
A equipe de jornalismo da RICtv e Portal RIC Mais teve acesso a um vídeo que mostra parte do trote aplicado nos calouros (veja o vídeo abaixo).
Nele, os estudantes são coagidos a passar de boca em boca, uma cebola, em plena pandemia. Segundo o que foi apurado pela polícia, o vídeo foi gravado antes dos ferimentos com a creolina.
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Na gravação, gravadas pelos veteranos que acompanhavam o trote, uma estudante chega a relatar que tem alergia. A polícia está em busca de mais imagens do momento do trote com a creolina.
A creolina é um desinfetante e germicida com ação bactericida e fungicida comprovada, sendo de uso veterinário.