Adolescente que fugiu na RMC para encontrar homem no Ceará fala sobre ilusões
A adolescente de 16 anos que fugiu de casa, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, para encontrar um homem de 30 anos que conheceu em um jogo na internet afirmou que foi iludida por promessas de uma vida feliz. A jovem conversou com a equipe da RIC Record TV Curitiba e, durante a entrevista, revelou como conseguiu chegar até o Ceará.
O destino final da adolescente era Fortaleza, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) localizou a menina quando ela estava a quatro horas da rodoviária, no dia 14 de novembro. Ela foi resgatada, levada até um abrigo do Conselho Tutelar e entregue aos pais, que desde o dia 11 de novembro estavam desesperados a procura da filha.
A adolescente relatou que conseguiu atravessar o país pedindo a ajuda de desconhecidos, que recebiam o pagamento pelo dinheiro que emprestavam através de PIX ou transferências feitas pelo homem do Ceará. Foi assim que ela conseguiu comprar um celular, chip, créditos e produtos de higiene. Um dos estranhos que ajudou a menina chegou a alertá-la do perigo de estar sozinha e pediu para que ela voltasse para o Paraná. A jovem, porém, estava decidida e seguiu viagem.
A jovem e o homem começaram a conversar em 2018, quando a menina tinha 12 anos. Na época, o homem chegou a ligar para a mãe da garota, para pedir a menina em namoro. A mãe não deixou e, em 2020, o homem entrou novamente em contato. Diante da insistência com a filha menor de idade, a mãe da adolescente pediu para que o homem parasse de falar com ela.
As conversas, no entanto, não pararam. A menina continuou a falar com o homem e combinou de ir embora morar com ele.
“Ele me iludiu, falou que se eu fosse para lá seria tudo mais melhor, não teria uma vida triste, que ele só queria me ver feliz, falava isso. Ele disse que eu ia para a praia com ele, que eu ia almoçar em restaurantes chiques, coisas que nem aqui eu fazia com meus pais”,
relatou a jovem.
Ao ser abordada pelos agentes da PRF, a adolescente mentiu dizendo que estava indo para Fortaleza em busca de emprego. Por estar muito nervosa e ser menor de idade, os policiais impediram que ela seguisse viagem. Ao ser questionada se entendia o perigo que correu, a jovem, no entanto, não pareceu ter noção dos riscos de sua atitude. “Se acontecesse alguma coisa era só eu me jogar de uma sacada lá no terminal e pronto, já tinha acabado”, disse calmamente.
Ainda, a adolescente contou que não deixou de ter carinho pelo homem e que, por enquanto, não consegue esquecê-lo.
“Eu não vou mentir, eu ainda gosto dele. A gente nem chegou a se ver, o conselheiro [tutelar] viu ele, mas eu não vi. Eu fiquei com essa dúvida, eu não vi quem era ele, eu não vi o rosto dele, eu podia ter visto que talvez, se eu tivesse visto ele, eu poderia esquecer ele agora. Mas fica essa dúvida”,
finalizou ela.