Vacina pediátrica de Covid pode chegar ao Brasil dia 10, diz Queiroga
BRASÍLIA (Reuters) -O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira à tarde que as doses de vacina pediátrica de Covid podem chegar ao Brasil no dia 10 de janeiro, destacando que a pasta tomará uma decisão na quinta-feira e que não deverá haver “nenhuma novidade especial”.
“A partir do dia 10 de janeiro essas doses podem começar a chegar ao Brasil. Então, pode ficar tranquilo, todos os pais e mães que queiram vacinar seus filhos que tenham entre 5 e 11 anos, podem”, disse ele, em entrevista na porta do ministério.
Segundo o ministro, as doses de vacina da Pfizer chegam ao país em uma semana, mas precisam ter o lote aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, serem distribuídas para Estados e municípios antes de serem efetivamente usadas.
Na entrevista, Queiroga disse que a consulta pública marcada para a terça-feira para discutir a vacinação das crianças “não é plebiscito nem referendo” e que a audiência vai ouvir membros do Conass, Conasems, do Conselho Federal de Medicina, entre outros.
O ministro não quis responder sobre a quantidade de doses que estará à disposição, destacando que será o número suficiente. Ele também não disse se o governo vai exigir atestado médico para a vacinação infantil.
Mais cedo, o ministro da Saúde havia dito que as vacinas da Pfizer para esse público deveriam chegar ao Brasil na segunda quinzena de janeiro, e então serão distribuídas aos Estados.
“Essa questão da vacinação infantil já está definida de forma clara, transparente. Pela primeira vez no país há uma ampla discussão com a sociedade que é fundamental. Na segunda quinzena de janeiro essas vacinas vão começar a chegar e vão ser distribuídas como nós temos distribuído”, disse Queiroga a jornalistas depois de um evento no ministério.
A Anvisa autorizou a vacinação para essa faixa etária com o imunizante da Pfizer no dia 16 de dezembro, mas o ministério até agora não havia anunciado um cronograma de entregas das vacinas infantis. Com a resistência do presidente Jair Bolsonaro e sua pregação contra a vacinação, o ministro da Saúde criou uma consulta pública a leigos para tentar validar a tese de necessidade de indicação médica para aplicação da vacina e marcou uma audiência pública para discutir o tema.
Sob pressão, o próprio Queiroga já disse que o governo vai comprar e distribuir os imunizantes pediátricos, mas indicou em falas anteriores que deverá ser necessária autorização dos pais e prescrição médica — algo que a maior parte dos Estados, que são os responsáveis pela vacinação, já informou que não vai exigir.
Em nota, a Pfizer informou que está trabalhando com o governo brasileiro para definir o cronograma de entrega das vacinas infantis.
O governo brasileiro tem um contrato ativo com o laboratório para entrega de vacinas, e já informou que parte delas pode ser transformada para a dose infantil.
(Reportagem de Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu Edição de Pedro Fonseca e Maria Pia Palermo)