Vacina oral contra o coronavírus está em fase final para ser testada em humanos em Israel
Assim que o novo coronavírus começou a tomar conta do mundo e se tornou uma pandemia, muita gente começou a se perguntar: “mas e a vacina, é possível existir?“. Antes, a resposta era a de que, sim, mas demoraria. Talvez isso mude a partir dos próximos meses, com a produção de uma vacina oral, desenvolvida por um time de cientistas de Israel, que está bem desenvolvida e em fases finais.
Os cientistas, em entrevista ao jornal The Jerusalem Post, informaram que “nos próximos dias” um componente ativo para a droga já possa estar em circulação. Os testes em humanos, conforme o chefe da equipe, Chen Katz, vão começar em 1º de junho.
“Nós já estamos nos estágios finais e em poucos dias teremos as proteínas – os componentes ativos da vacina”, afirmou à publicação o líder do grupo de biotecnologia do Instituto de Pesquisas da Galileia (MIGAL, na sigla original).
Além de seguir com os trabalhos necessários, os cientistas agora seguem firmes na produção da vacina para ser testada. “Nosso objetivo é produzir a vacina entre as próximas oito ou dez semanas, para alcançarmos a aprovação de segurança em 90 dias. Essa vacina será oral, tornando-a particularmente acessível ao público geral“, afirmou David Zigdon, presidente do MIGAL.
Adaptação de estudo
A evolução rápida para chegar até o resultado de agora se deu porque o time de cientistas já vinha trabalhando numa vacina para o vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (BIG). A vacina já estava em produção e funcionaria para a doença, que é comum nas galinhas e também nos faisões, por isso foi necessário só uma adaptação dessa pesquisa para lidar com o novo coronavírus.
“Nosso conceito básico foi desenvolver uma tecnologia geral e não uma vacina específica para esse ou aquele tipo de vírus”, explicou Chen Katz. Segundo o líder do grupo, foram feitos vários ajustes e adaptações, principalmente para poder testar em humanos. “A estrutura científica da vacina é baseada em um novo vetor de expressão proteica, que forma e secreta uma proteína solúvel quimérica, a qual entrega o antígeno viral nos tecidos da mucosa por endocitose auto-ativada, fazendo com que o corpo forme anticorpos contra o vírus“.
Vírus semelhantes
A pesquisa dos cientistas israelenses, que foi financiada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia de lá, descobriu que o vírus encontrado nas galinhas, o que provoca a BIG, tem grande semelhança genética com a forma da covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), que afeta humanos. Segundo os dados descobertos, tanto uma doença como a outra compartilham do mesmo mecanismo de infecção.
No dia 27 de fevereiro, já em meio a propagação do novo coronavírus pelo mundo, o ministro Ofir Akunes adiantou que todas as aprovações necessárias (para que o processo de finalização e comercialização da vacina seja facilitado) já estão feitas. De acordo com o cientista que lidera o grupo da pesquisa, Chen Katz, a substância oral da droga já provou induzir altos níveis de anticorpos específicos contra a BIG. Como essa doença tem semelhanças com a covid-19, está aí a esperança.