Vacina da Pfizer é menos efetiva contra internação durante onda de Ômicron na África do Sul, diz estudo

Publicado em 14 dez 2021, às 09h19. Atualizado às 11h02.

JOHANESBURGO (Reuters) – Duas doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech pareceram proporcionar 70% de proteção contra hospitalização na África do Sul nas últimas semanas, de acordo com um grande estudo empírico que sugere uma menor eficácia contra a nova variante Ômicron.

O estudo divulgado nesta terça-feira (14) pela maior administradora de planos de saúde particulares sul-africana, Discovery Health, se baseou em mais de 211 mil exames positivos de Covid-19. Cerca de 78 mil deles entre 15 de novembro e 7 de dezembro foram atribuídos à Ômicron.

Estes 78 mil resultados não são casos confirmados de Ômicron, o que significa que o estudo não pode oferecer descobertas conclusivas a respeito da variante, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu como “preocupante” e já foi detectada em mais de 60 países.

Até agora, cientistas sul-africanos já confirmaram cerca de 550 testes positivos para Ômicron. A variante respondeu por 78% das sequências de novembro, mais do que a variante Delta antes predominante.

A África do Sul alertou o mundo sobre a Ômicron no final do mês passado, avisando que ela poderia causar outra disparada global de infecções e levando à imposição de restrições de viagens ao sul africano. Nos últimos dias, o número diário de infecções da África do Sul subiu para cerca de 20 mil.

As descobertas da análise empírica são algumas das primeiras sobre a proteção contra a Ômicron fora dos estudos de laboratório, que têm mostrado redução da atividade neutralizante contra a variante.

Com base em análises de equipes atuariais e de pesquisa clínica da Discovery e em colaboração com o Conselho de Pesquisa Médica sul-africano (SAMRC), o estudo calculou que duas doses da vacina Pfizer-BioNTech proporcionaram 70% de proteção contra hospitalização na comparação com as pessoas não vacinadas durante a disparada de casos recentes e 33% de proteção contra infecções.

O estudo disse que isto representa uma queda em relação aos 80% de proteção contra infecções e que é comparável aos 93% de eficácia contra internações hospitalares durante o surto sul-africano de Delta, que é a variante prevalente em todo o mundo e considerada a mais infecciosa a surgir durante a pandemia.

A Discovery alertou que as descobertas do estudo deveriam se consideradas preliminares.

Mas Glenda Gray, presidente do SAMRC, disse que é importante que a vacina da Pfizer-BioNTech pareça estar oferecendo uma boa proteção contra doenças graves e hospitalizações enquanto uma nova variante altamente transmissível circula.

“Estamos extremamente esperançosos com estes resultados”, disse ela em um comunicado.

Por Alexander Winning e Wendell Roelf