Três doses da vacina Pfizer/BioNTech neutralizam Ômicron

Publicado em 8 dez 2021, às 10h42. Atualizado às 14h05.

(Reuters) – A BioNTech e a Pfizer disseram nesta quarta-feira (08) que uma série de três doses de sua vacina contra a Covid-19 foi capaz de neutralizar a nova variante Ômicron do coronavírus em um teste laboratorial, e acrescentaram que, se necessário, podem entregar uma vacina específica para a Ômicron em março de 2022.

Na primeira declaração oficial das fabricantes de vacinas sobre a provável eficácia de seu imunizante contra a Ômicron, a BioNTech e a Pfizer disseram que duas doses de vacina resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos, mas que uma terceira dose de sua vacina aumentou os anticorpos neutralizantes em um fator de 25.

O sangue coletado de pessoas que receberam a terceira dose de reforço há um mês neutralizou a variante Ômicron de forma quase tão eficaz quanto a neutralização gerada após duas doses da vacina em relação ao vírus original, identificado pela primeira vez na China.

“Garantir que o maior número possível de pessoas estejam totalmente vacinadas com as duas primeiras séries de doses e uma de reforço continua sendo o melhor curso de ação para prevenir a disseminação da Covid-19”,

disse o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, em comunicado.

Embora a necessidade permaneça incerta, empresas disseram que continuarão seus esforços para levar ao mercado uma vacina contra Covid-19 específica para a Ômicron, iniciados quando a nova linhagem foi detectada pela primeira vez, em 25 de novembro, gerando preocupação global entre cientistas.

As descobertas estão amplamente em linha com um estudo preliminar divulgado por pesquisadores do Africa Health Research Institute na África do Sul nesta terça-feira (07), dizendo que a Ômicron pode contornar parcialmente a proteção das duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, e sugerindo que uma terceira dose pode ajudar a evitar a infecção.

A grande maioria das estruturas superficiais na proteína spike da Ômicron direcionada pelas células T, que normalmente surgem após a vacinação, não são afetadas pelas mutações da Ômicron, disseram.

“As empresas acreditam que os indivíduos vacinados ainda podem estar protegidos contra as formas graves da doença”, acrescentaram.

As células T são o segundo pilar de uma resposta imune, ao lado dos anticorpos, e acredita-se que previnam doenças graves ao atacar as células humanas infectadas.

Por Ludwig Burger