Transtorno de Processamento Sensorial: conheça a condição que atinge o filho de Giovanna Ewbank

Publicado em 14 fev 2023, às 19h32.

Em episódio do podcast ‘Quem pode, pod’ a atriz e apresentadora, Giovanna Ewbank, expôs que seu filho Bless de 8 anos tem o transtorno que atinge os sentidos como audição, olfato e tato.

O médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, Alexandre Lucidi, analisa que isto ocorre quando a informação sensorial é percebida e interpretada de forma desorganizada, de modo que a capacidade da pessoa de usar a informação sensorial para agir e interagir com o ambiente é prejudicada.

“Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, [fazendo] algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro”, disse Giovanna.

Aproximadamente, 5 a 10% da população em geral e 30% das crianças com necessidades especiais experimentam respostas atípicas a estímulos sensoriais que interferem na sua capacidade de participar nas atividades domésticas, escolares e comunitárias.

Alexandre conta que este transtorno foi nomeado como transtorno do processamento sensorial, originalmente pesquisado por Ayres (1972). A teoria da integração sensorial foi desenvolvida para descrever o processo neurobiológico de organização das sensações do próprio corpo e do ambiente para interações dentro do ambiente. 

As descrições clínicas de pessoas indicam que elas interpretam erroneamente as informações sensoriais cotidianas, como o toque, o som e o movimento. Eles podem se sentir bombardeados por informações, deixar de perceber e responder a informações sensoriais que normalmente captam a atenção. Isso cria desafios para eles em suas tarefas diárias, pois podem ter dificuldade na atenção, o que pode mudar o aprendizado e o comportamento social. 

Embora seja clara a limitação na participação nas tarefas diárias, os mecanismos fisiológicos envolvidos no transtorno não são bem compreendidos, nem os mecanismos pelos quais várias abordagens terapêuticas para estas dificuldades funcionam. Portanto, “alguns” dados que apoiam as intervenções que abordam os estes pacientes são escassos e necessitam de mais evidências para apoiar sua eficácia.

Até o momento, o gene do transportador de serotonina (5-HTTLPR) e vários genes da dopamina foram identificados como marcadores do transtorno do processamento sensorial. No entanto, mais pesquisas são necessárias para identificar outras variantes genéticas e confirmar os achados atuais, bem como informar algum score poligênico.