Borderline: Entenda o transtorno que acometeu a peoa Raíssa, em 'A Fazenda'

por Guilherme Barchik
Com informações do R7
Publicado em 17 set 2020, às 09h55. Atualizado às 10h01.

Após a formação da primeira roça de A fazenda 12, a peoa Raissa Barbosa teve dificuldade para lidar com emoções, tendo comportamentos impulsivos e oscilação de humor, transtorno identificado como Borderline.

Normalmente, a situação pode ser resolvida com uma conversa, esclarecendo o que não gostou. Para uma pessoa com depressão, essa briga pode gerar apatia por uns dois dias e, se a amiga a procura, vocês se falam novamente. Já para uma pessoa com Borderline, a situação pode parecer o fim do mundo. Motivada pela impulsividade, a reação pode se tornar exagerada, recorrendo até a automutilação.

O Borderline (transtorno de personalidade limítrofe) é um transtorno de personalidade em que a pessoa não consegue lidar de maneira adequada com seus sentimentos. O termo significa “fronteiriço” e, antigamente, era colocado como uma situação pré-esquizofrênica, sendo um limite entre a esquizofrenia e a personalidade “normal”. Com a evolução do diagnóstico, entendeu-se que eram transtornos diferentes, mas a nomenclatura continuou a mesma.

Características do transtorno Borderline

Entre as características do transtorno Borderline estão a instabilidade — em empregos, relacionamentos, projetos — grande sensibilidade com oscilação entre a idealização, raiva e o desprezo, impulsividade, esforços intensos para evitar o abandono, seja esse real ou temido e, devido a esse medo, ter ideias paranoides, alucinações e momentos dissociativos.

Outras particularidades do transtorno estão relacionadas à definição da autoimagem, comportamentos ligados à automutilação e ao suicídio e sentimento crônico de um vazio.

Embora possam ser confundidos, o transtorno de personalidade Borderline é diferente do transtorno afetivo bipolar. De acordo com Fernandes, a bipolaridade é caracterizada por fases em que o paciente sente depressão, agitação ou impulsividade, enquanto o Borderline ocorre de maneira constante.

O transtorno Borderline acomete de 1,5% a 3% da população, sendo mais comum entre mulheres e com a maioria dos diagnósticos realizados entre o final da adolescência e o início da vida adulta. De acordo com Fernandes, esse diagnóstico é firmado, geralmente, após os 18 anos, e é feito de maneira clínica por meio do histórico do paciente.

O transtorno tende a melhorar com tais abordagens e com o passar da idade, podendo estabilizar em torno dos 40 anos. Porém, alguns sentimentos podem ser contínuos ao longo da vida, como a sensação de vazio, e podendo necessitar da continuidade do acompanhamento psicológico para a manutenção dos sintomas.