Teste rápido de farmácia pode gerar falso negativo para coronavírus
O teste rápido de farmácia para coronavírus feito por amostra de sangue não é recomendado para identificar positividade na fase ativa da covid-19, segundo o Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
De acordo com Alcides de Oliveira, diretor do Centro, a fase ativa da covid-19 é justamente o período em que as pessoas contaminadas devem ficar em isolamento para não propagarem a doença, e o teste indicado para detectar na fase ativa é o RT-PCR por amostra respiratória.
Teste rápido de farmácia são apropriados para quem já teve o contato com o vírus
Os testes sorológicos, como os de farmácia, são apropriados para saber se uma pessoa já teve contato com o vírus e não se ela está infectada no momento do teste.
“O ideal é que esses testes com amostras de sangue sejam feitos 14 dias após o início dos sintomas. Antes disso, pode gerar um falso negativo mesmo se a pessoa estiver contaminada e o risco dela sair transmitindo o vírus é muito grande”, alerta Alcides de Oliveira.
Atualmente existem dois tipos de testes para detectar se uma pessoa foi infectada pelo novo coronavírus:
- molecular
- sorológico
O teste molecular (RT-PCR) é feito em uma amostra respiratória do nariz ou garganta do paciente e analisada em laboratório de biologia molecular, podendo indicar ou descartar a presença do vírus no momento do teste. O PCR precisa ser coletado no tempo certo, entre o 3º e o 6º dia de sintomas da covid-19.
“O PCR é o mais indicado para pacientes que apresentam sinais clínicos da covid, como febre, dor de garganta, tosse seca, alteração de olfato e paladar nos sete primeiros dias de sintomas”, diz Alcides Oliveira.
O sorológico (que pode ser rápido) é feito em amostras de sangue coletadas em clínicas, laboratórios e em farmácias. Esses testes detectam a presença de anticorpos para combater a covid-19.
Os testes sorológicos geralmente medem dois anticorpos, que são as defesas produzidas pelo organismo contra o vírus:
- IgM
- IgG
O IgM é o primeiro anticorpo que o organismo produz para combater o novo coronavírus. Como a chance de falso positivo para esse reagente é alta, o resultado só será computado nos dados estatísticos quando vierem acompanhado de quadro clínico associado (sintomas da doença), ou no caso de ter havido contato com pessoas com covid-19 confirmada.
O IgG é produzido a partir do 10º dia da doença, permanecendo no organismo por um longo período de tempo. O resultado reagente do IgG significa que a infecção provavelmente aconteceu há mais de duas semanas, portanto, será computado simultaneamente entre os casos confirmados e recuperados.