Presidente do conselho de medicina defende parto prematuro no lugar de aborto
O ministro Alexandre de Moraes discorda da diretriz do CFM
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, defendeu em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (19), que o método de assistolia fetal é uma “crueldade” e que a mulher que for vítima de estupro e engravidar, pode induzir o parto prematuro e entregar o bebê à adoção.
Segundo o Estadão Conteúdo, a audiência ocorreu após a sessão do Senado em que Gallo defendeu haver limite na “autonomia da mulher” sobre o corpo. Na ocasião, houve uma encenação sobre como o aborto ocorre.
“A mulher vai ser induzida ao parto, uma criança com 22 semanas, com alta tecnologia, vai sobreviver. Está pronta”, afirmou o presidente do CFM ao STF alegando que, com o parto prematuro, não há “crueldade”.
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Ele também argumentou que nos casos em que a descoberta da gravidez concebida a partir da violência sexual é tardia, a culpa é do sistema público. “É uma falha do sistema público. Tem que ter atendimento mais precoce para essa mulher vítima de estupro”, diz.
Segundo Gallo, que é médico obstetra, o Conselho não é contra o aborto na mulher estuprada, mas é contrário a esse tipo de procedimento e “à violência contra a mulher brasileira”, se referindo à assistolia fetal em gestações que ultrapassem as 22 semanas.
O ministro Alexandre de Moraes discordou da diretriz do CFM que impedia a prática nesses casos e concedeu liminar em maio suspendendo a resolução sob a justificativa dela ser contrária ao que é estabelecido na Justiça, o que causou revolta na ordem médica e levou ao avanço do Projeto de Lei equipara o aborto ao crime de homicídio na Câmara dos Deputados.
Atualmente, em três situações o aborto pode ser feito, quando o apresentar anencefalia, quando a mulher corre risco de vida e em gravidez em decorrência de estupro.
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