Adiar assembleias e intensificar a limpeza das áreas de entrada e saída dos moradores estão entre as orientações passadas por entidades ligadas aos condomínios, que estão adotando estratégias para evitar a disseminação do novo coronavírus.
O Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) recomendam a adoção de medidas para evitar aglomerações em áreas comuns e agir com transparência se ocorrer o registro de casos suspeitos ou confirmados da doença.
“A primeira orientação é evitar a aglomerações no condomínio. Há uma recomendação para que os idosos e pessoas de grupos de risco fiquem isolados e alguns condôminos estão se colocando à disposição para ajudar em alguma coisa. Os síndicos podem orientar porteiros e zeladores”, sugere José Roberto Graiche Junior, presidente da AABIC.
Graiche Júnior diz que a higienização dos ambientes é fundamental. “É preciso manter os locais arejados, fazer limpezas constantes e os moradores zelarem pela limpeza, cuidando de equipamentos que manuseiam, como na academia, passando sempre álcool em gel.”
Sobre a divulgação dos casos, ele diz que os moradores precisam receber a informação. “Se a pessoa estiver com a doença, que comunique o síndico, que deverá alertar sem identificar o doente. O sigilo é para que não haja discriminação.”
Síndico do Condomínio Alameda Morumbi, na Vila Andrade, na zona sul da capital, o aeronauta Paulo Werneck Coelho, de 42 anos, diz que medidas estão sendo adotadas para evitar infecções entre os cerca de 1,6 mil moradores.
“Suspendemos um bazar, reforçamos a limpeza e o uso de álcool em gel. Também antecipamos a campanha de vacinação que era para o final de abril.”
No condomínio Mais Reserva Jaguaré, localizado na zona oeste da capital, salão de festas e de jogos, academia, espaço mulher, playground, piscinas e churrasqueira não podem ser usados desde o último sábado.
“Comunicamos a todos os moradores de forma muito incisiva que estamos em uma situação problemática. Neste momento de respeito à comunidade, a gente bloqueou tudo para que não haja movimentação nesses locais. Alguns reclamam um pouco, mas o morador precisa entender”, diz Iuri Britto, de 37 anos, gerente regional de vendas e síndico do condomínio, que tem cinco torres e 285 apartamentos.
A maior preocupação dele é com as crianças. “As pessoas acham que elas são imunes, mas elas transportam o vírus. Temos muitos idosos que acabam vindo aqui porque as crianças estão fora da escola. Eles não deveriam, porque são mais vulneráveis e ficam expostos, mas está acontecendo.”
Na semana passada, o governo do Estado anunciou a interrupção gradativa nas aulas nas redes pública e privada. Na ocasião, foi ressaltado que os avós não devem cuidar das crianças, tendo em vista que formam parte do grupo de maior risco.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.