Ômicron deve se tornar variante predominante na Europa no início de 2022

Publicado em 15 dez 2021, às 13h59. Atualizado às 15h05.

BRUXELAS (Reuters) – Existe um risco “muito alto” de a variante Ômicron da Covid-19 se tornar predominante na Europa até o início do ano que vem e levar a um número crescente de hospitalizações e mortes, disse a agência de saúde pública da União Europeia nesta quarta-feira (15).

O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) disse em um relatório que a variante de preocupação Ômicron provavelmente superará a Delta nos dois primeiros meses de 2022. O ECDC disse que os dados ainda não são suficientes para se avaliar a gravidade da doença causada pela Ômicron. Mas, mesmo se a gravidade da Covid-19 que ela causa for menor do que aquela da Delta, a transmissibilidade acentuada ofuscaria rapidamente qualquer possível benefício.

“É, portanto, considerado muito provável que a Ômicron causará hospitalizações e mortes adicionais, além daquelas já esperadas em previsões anteriores que só levam em conta a Delta”, disse o ECDC.

A agência ainda disse que, sem outras medidas para se reduzir os contatos sociais ou aumentar vacinas de reforço, os níveis de transmissão poderiam sobrecarregar os sistemas de saúde.

A comissária de Saúde europeia, Stella Kyriakides, disse que países da UE deveriam planejar imediatamente para aumentar a capacidade dos atendimentos de saúde.

“Como europeus, nós nos preparamos para as festividades de fim de ano, não podemos jogar a cautela pela janela”, disse ela em um comunicado.

O ECDC disse que vacinas de reforço aumentariam a proteção, de acordo com indícios atuais, tendo um impacto maior se as doses forem dadas à população adulta dentro de um intervalo curto. Kyriakides disse que os próximos meses serão difíceis, já que a Ômicron provavelmente virá em uma grande onda, mas que as vacinas de reforço são um “quebra-ondas”.

Mais de 66% dos europeus já receberam suas vacinações iniciais, mas Kyriakides disse ser “muito preocupante” que alguns países estejam para trás, como Bulgária, Romênia e Eslováquia, onde a vacinação não chega a 50%.

(Por Philip Blenkinsop)