Máscaras de proteção: designer cria máscaras que facilitam a respiração

por Carol Machado
da equipe de estágio RIC Mais, sob supervisão de Larissa Ilaídes
Publicado em 2 jul 2020, às 11h04.

Se, por um lado, o uso obrigatório de máscaras de proteção, por conta da pandemia de covid-19, garante uma segurança maior ao diminuir o risco de contágio, por outro cria um problema pelo qual muitas pessoas passam no dia-a-dia. A dificuldade de respirar.

Uma situação que se torna ainda mais problemática entre atletas e desportistas que estão retomando os treinos. A designer e empresária Cris Racca, especialista em desenvolver roupas que visam melhorar a performance de atletas, se deparou com matérias sobre as consequências causadas pela limitação da oxigenação das máscaras, e então estabeleceu um novo desafio: produzir máscaras que facilitassem a passagem do gás oxigênio e carbônico.

Máscaras de proteção com filtro de papel

Assim, após realizar uma série de pesquisas e estudos, ela elaborou um modelo de máscara diferenciado, que utiliza tecido inteligente de ação antibactericida e com secagem rápida, evitando o acúmulo de fungos.

“Várias pessoas entraram em contato sugerindo que eu vendesse máscaras, e eu pensei que de jeito nenhum iria entrar querendo dinheiro em um momento desse. Até que li duas reportagens. Uma falava de duas crianças que morreram por intoxicação de gás carbônico. A outra era sobre um rapaz que foi fazer um treino de máscara e teve problema pulmonar com os mesmos sintomas do COVID-19. E eu fui pesquisar sobre como as máscaras limitam a oxigenação, e como consequência as pessoas têm os mesmos sintomas do coronavirus. Então eu resolvi criar uma máscara que permitisse à pessoa que respirasse melhor e desenvolvi um modelo que envolve a utilização de um filtro de papel toalha ou de café”, explica a empresária.

Na parte de dentro da máscara, confeccionada com o tecido inteligente, há uma abertura para colocação de um filtro extra em papel toalha. Essas máscaras de proteção possuem tecido é lavável e o papel toalha pode ser trocado sistematicamente após o uso.

Com o objetivo de criar um modelo anatômico, que cobrisse completamente as regiões da boca e do nariz, Cris decidiu elaborar vários tamanhos. Para adultos e crianças.

“Eu utilizei um tecido de secagem muito rápida, porque descobri que, se a boca fica úmida por muito tempo, pode causar candidíase bucal. O forro é de um tecido todo furadinho para coletar o suor e a umidade do rosto, que tem a capacidade de absorver as gotículas de transpiração da pele e lançá-las para fora. A secagem rápida é um outro ponto extremamente importante desse modelo, que possui a parte externa composta por um tecido muito leve, que permite a passagem do oxigênio, na inspiração, e do gás carbônico, na expiração”.

A designer explica que máscara não é exclusiva para atletas. Não foi elaborada apenas para o uso em treinos, pois ela também é utilizável no dia-a-dia.

Como desde o início a ideia de Cris era ajudar quem enfrenta dificuldades para respirar quando está usando as máscaras, ela decidiu confeccionar um modelo barato e prático, para que qualquer pessoa possa adquiri-lo, em qualquer faixa social.

Assim, passou a comercializar o novo modelo de máscara por unidade e em kits com até 10 máscaras, dependendo da necessidade do cliente.

“Eu estou bem surpresa com o retorno. Nunca imaginei. Estou tendo que me adequar à demanda. A sensação é de liberdade por poder usar e fazer a atividade física de uma forma segura. E eu até me pergunto se isso vai acabar virando um fator cultural, porque para que as corridas e outros eventos esportivos sejam liberados, eu acho que existe chance de o uso de máscara se tornar um protocolo. E um dos fatores que eu analisei ao elaborar esse novo modelo foi que, com a máscara comum, a prática de esportes e atividades físicas pode ser perigosa”, conta.

A designer gosta de desafios. Em seu trabalho, desenvolve uniformes de ciclismo, triathlon e corrida para melhor performance de atletas e, por essa razão, está constantemente estudando novas tecnologias de vestimentas. Seu projeto anterior foi o desenvolvimento de uma roupa especial para paratletas que praticam remo.

Para Cris, o importante neste momento difícil que enfrentamos, é ajudar. E o seu foco está em ouvir o cliente e desenvolver um projeto de acordo com suas necessidades.

“Em uma semana eu não esperava vender nada e acabei atendendo 500 pedidos. Estou recebendo encomendas do Pará ao Rio Grande do Sul, a iniciativa tomou corpo por si só. Acredito que todo mundo que quiser praticar uma atividade física e tiver conhecimento da existência deste modelo, vai buscar por ele. Por isso resolvi fazer um projeto global”, finaliza.

O valor unitário da máscara especial é de R$15,00, disponível nos tamanhos P, M e G. Para adquirir, basta acessar o site https://www.crisracca.com.br/.