Máscara contra coronavírus é necessária? Veja eficácia de cada máscara
Antes mesmo do Brasil decretar calamidade pública em razão da pandemia da Covid-19 a procura por máscara contra coronavírus tomou conta do país.
Quanto mais o número de mortes em países afetados subiam, mais vazias ficavam as prateleiras de lojas especializadas em produtos da área médica, equipamentos de proteção individuais (epi’s) e farmácias.
Em todo o Brasil, o Procon também precisou agir: além da escassez de máscara contra o coronavírus e álcool em gel, a prática dos preços adotada por comerciantes da área tornou ambos os produtos ”itens de luxo” a preços exorbitantes.
No Paraná, a situação também saiu do controle e precisou da intervenção do Procon, que aplicou multa aos estabelecimentos envolvidos.
Máscara contra coronavírus: do caos às prateleiras vazias
Em 26 de fevereiro de 2020 o Brasil teve o primeiro caso do vírus confirmado: um homem de 61 anos residente de São Paulo, que esteve em Lombardia, na Itália, entre 9 e 21 de fevereiro.
Desde então, os números no Brasil subiram consideravelmente, assim como a procura por equipamentos de segurança, deixando o país entre o caos e prateleiras vazias.
Com o aumento dos casos e mortes de pacientes diagnosticados com Covid-19, o posicionamento de que máscaras contra coronavírus só deveriam ser usadas em profissionais de saúde, grupos de risco e infectados também mudou.
Agora, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os tomadores de decisão de cada país devem considerar o nível de vulnerabilidade de sua população, o cenário em que vivem, e as vantagens e desvantagens no uso das máscaras contra coronavírus por indivíduos sem sintomas.
Ministério da Saúde no Brasil recomenda uso de máscara por toda população
No Brasil, o Ministério da Saúde já adotou o uso de máscaras contra coronavírus como algo positivo, e tem trabalhado em uma campanha digital para incentivar ainda mais a população na fabricação de máscaras caseiras. Para Luiz Henrique Mandetta, o uso é eficiente e a produção não exige grande complexidade.
“Pode ser um grande aliado no combate à propagação do coronavírus no Brasil, protegendo você e outras pessoas ao seu redor”.
O ministro aproveitou para reafirmar que o momento é de lutarmos com as armas disponíveis.
“Máscaras de pano para uso comunitário funcionam muito bem e não são caras de fazer. É lutar com as armas que a gente tem. Não adianta a gente lamentar que a China não está produzindo. Vamos ter que criar as nossas armas, e elas serão aquelas que nós tivermos”, completou Mandetta.
Em Curitiba, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também já orienta que a população faça o uso de máscara contra coronavírus como mais uma medida para ajudar a combater a Covid-19.
De acordo com a SMS, o uso de máscaras contra coronavírus tem apresentado resultados positivos em países europeus e asiáticos, além de estar sendo recomendado por especialistas em epidemiologia.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Infectologia reforçou em nota que a máscara contra a Covid-19 pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas.
Conforme Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde, toda barreira mecânica para evitar a dissipação de gotículas de saliva no ar é válida.
Tipos de máscaras contra coronavírus disponíveis no mercado
De acordo com o cirurgião torácico Leonardo Rottili Roeder, existem quatro tipos de máscaras disponíveis com proteção para aerossóis no mercado:
- PFF1 – Possuem eficiência mínima de 80% (Penetração máxima de 20%)
- PFF2 – Possuem eficiência mínima de 94% (Penetração máxima de 6%)
- N95 – Possuem eficiência mínima de 95% (Penetração máxima de 6%)
- PFF3 – Possuem eficiência mínima de 99% (Penetração máxima de 1%)
Além disso, o cirurgião explica que a principal diferença entre a máscara cirúrgica e o respirador N95 é que a primeira não protege adequadamente o usuário de patologias transmitidas por aerossóis.
“Isso porque depende de sua capacidade de filtração, já que a vedação no rosto não é suficientemente eficaz nesse tipo de máscara”.
Já a diferença entre o respirador PFF2 e um N95 é que máscaras com classificação PFF2 seguem a norma brasileira (ABNT/NBR 13698:1996), e a europeia, e apresentam eficiência mínima de filtração de 94%, enquanto os respiradores com a classificação N95 seguem a norma americana e apresentam eficiência mínima de filtração de 95%.
“Respiradores PFF2 e N95 apresentam níveis de proteção equivalente”, explica o especialista.
Como o uso da máscara pode ajudar?
Conforme o cirurgião torácico, indivíduos sintomáticos e seus cuidadores devem utilizar máscara cirúrgica, e profissionais de saúde devem utilizar o EPI recomendado de acordo com o nível de assistência prestado.
Leonardo também explica que máscaras cirúrgicas mostraram a maior eficiência de filtração para gotículas com partículas virais, seguidas de tecido de bolsas de aspirador de pó, toalhas de chá, cotton, fronhas de tecido antimicrobiano, linho, seda e algodão (camisetas 100% algodão).
“Analisando as propriedades de cada tecido, algodão e fronhas de tecido antimicrobiano foram considerados os mais adequados para a confecção de máscaras caseiras, sendo algodão o com maior probabilidade de vedação adequada“.
A máscara de pano é eficaz contra covid-19?
Para o médico, todos os tipos de máscara protegem, entretanto, em diferentes níveis. “Tempo de adesão, ajuste da máscara à face e presença de tosse ou espirros podem afetar a eficácia”.
Dessa maneira, o cirurgião ressalta a importância da higienização das máscaras. “É preciso ter o cuidado para não tocar na parte frontal, e, principalmente, substituí-la após duras horas de uso ou caso fique úmida”, afirma.
Em relação as máscaras caseiras, o Leonardo afirma que usá-las é melhor do que não usar.
De acordo com ele, doentes sintomático ou não devem usar máscara pra diminuir transmissão.
“Mesmo a de tecido, que não é melhor nem equivalente a cirúrgica.
Não temos máscara para todo mundo então melhor usar tecido”.
Já para indivíduos que não possuem a doença o tecido, conforme o médico, protege muito pouco a contaminação.
“É semelhante a manter a distância. Mas se todos estiverem de máscara a pessoa se protege e diminui a transmissão dos que estão doentes e assintomáticos”, explica Leonardo.
Podemos higienizar as máscaras?
Segundo o Ministério da Saúde e a OMS, é importante seguir as recomendações abaixo para com o uso de máscara contra coronavírus:
- Coloque a máscara com cuidado, de modo a cobrir a boca e o nariz, e amarre com segurança para minimizar o espaço vazio entre o rosto e a máscara;
- Enquanto estiver usando, evite tocar na máscara;
- Remova a máscara usando a técnica apropriada (ou seja: não toque na frente, remova o laço por trás);
- Após a remoção ou sempre que tocar inadvertidamente em uma máscara usada, limpe as mãos usando álcool em gel ou água e sabão;
- Se a máscara ficar úmida, substitua por uma nova máscara limpa e seca
- Não reutilize máscaras descartáveis;
- Descarte as máscaras descartáveis após cada uso e imediatamente após a remoção.