Jornalista chinesa pega quatro anos de prisão por divulgar informações sobre covid-19
Uma jornalista chinesa foi condenada a quatro anos de prisão por provocar “tumultos e buscar problemas” ao divulgar informações sobre o início da propagação do novo coronavírus em Wuhan, na China.
Conforme informações do jornal de Hong Kong Apple Daily, a jornalista chinesa Zhang Zhan se negou a aceitar as acusações, e alegou que as informações que publicou não deveriam ser censuradas.
Jornalista chinesa divulgou detenção de outros repórteres independentes e assédio a familiares de vítimas da covid-19
De acordo com a Anistia Internacional (AI), o trabalho da jornalista chinesa foi de noticiar a detenção de outros repórteres independentes e também do assédio sofrido por familiares de vítimas da covid-19 durante o período do primeiro surto mundial do novo coronavírus.
A ONG Chinese Human Rights Defenders (CHRD) divulgou em setembro que Zhan havia sido detida por publicar que os moradores da cidade receberam comida apodrecida durante o primeiro confinamento de 11 semanas imposto no local, e também por veicular que cidadãos tiveram que pagar taxas para fazer teste de detecção do novo coronavírus.
O julgamento da jornalista ocorreu nesta segunda-feira (28).
“O governo chinês voltou a realizar uma farsa de julgamento durante o período do Natal, já que as autoridades querem reduzir a atenção para casos sensíveis como esse, enquanto diplomatas e jornalistas estão de férias”, afirmou à Agência Efe Leo Lan, investigador do CHRD.
O Ministério Público chinês pediu uma pena de quatro a cinco anos de prisão pela publicação “repetida de um grande número de informações falsas“, por aceitar dar entrevistas a veículos estrangeiros e por “exagerar maliciosamente” a situação do novo coronavírus em Wuhan.
Outras pessoas que divulgaram informações sobre a cidade foram presos ou detidos ao longo deste ano, como o empresário Fan Bing, o advogado Chen Qiushi e o jovem jornalista Li Zehua.