Estudo no Paraná analisa zoonoses relacionadas a javalis em parques estaduais
Através do edital de Saúde Única, do Governo do Paraná, um estudo inédito no Brasil está sendo feito – a identificação de zoonoses derivadas da relação do homem com o javali. Pesquisa essa desenvolvida pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e pela Superintendência Geral de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, o edital destina cerca de R$1 milhão para sete projetos de pesquisa dentro do conceito de saúde animal, humana e ambiental. O recurso é da Fundação Araucária.
Uma das pesquisas sobre zoonoses relacionadas a javalis é realizada no Parque Estadual Mata São Francisco, no Norte Pioneiro, coordenada pelo professor de zoologia de vertebrados da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Marco Antonio Zanoni. A outra, sob a coordenação do professor Giovani Favero, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), é desenvolvida no Parque Vila Velha, nos Campos Gerais.
Os projetos avaliam os animais que existem nos dois parques, com armadilhas para captura, abate e pesquisas de zoonoses. A escolha das áreas levou em conta a presença dos javalis e seu impacto no ecossistema local. O javali é uma espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural.
Como esse animal pode ser reservatório de vários agentes patogênicos, capazes de infectar outras espécies animais e o homem, o crescimento das populações aumenta o risco de transmissão de doenças. Os impactos ambientais da invasão dos javalis também são a predação de animais menores, como répteis e aves que fazem ninhos no chão.
Além disso, o hábito de fuçar e revolver a terra em busca de alimentos impacta o solo e corpos hídricos e podem modificar sistemas ecológicos.