Estados do sul podem comprar 'segunda linha' de medicamentos para intubação
No encontro entre os três governados dos estados do sul, nesta quarta-feira (17), Ratinho Júnior, Carlos Moisés, de Santa Catarina, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, afirmaram que, devido ao desabastecimento dos medicamentos para intubação em todo o mundo, estão discutindo um “plano B”. Se os fármacos utilizados atualmente ficarem indisponíveis, deverão procurar similares mais “antigos” que os atualmente usados. “Não são os ideiais, mais podem ajudar”, disse Moisés.
Na segunda-feira (15), o governo do Paraná divulgou que o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) só tinha estoque de bloqueadores neuromusculares (medicamentos usados em intubações) para mais três dias, prazo que, na teoria, encerraria hoje. Já os analgésicos e sedativos usados nas intubações estavam numa situação mais “tranquila”; durariam oito dias.
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Bloqueadores neuromusculares servem para deixar o paciente fique imóvel e permitir a realização da ventilação mecânica, sem que ele tente respirar junto com o aparelho. A respiração voluntária do paciente, junto com a ventilação mecânica, pode causar problemas na oxigenação do paciente e nas trocas gasosas. Por isto o bloqueador neuromuscular é importante neste momento.
Os bloqueadores atualmente usados, conforme divulgado pelos governadores na reunião, são o atracurio, cisatracúrio e rocurônio. Apesar de dizerem que vão procurar uma linha de medicamentos mais antiga, não disseram quais são eles. Só que estão buscando a disponibilidade em fornecedores aqui no sul do País.
“Estes medicamentos para intubação, existem similares mais antigos. O medicamento ‘premium’, mais moderno, existe escasez no mundo todo neste momento”, disse Ratinho Júnior. Os medicamentos mais antigos, dizem especailistas, não são tão eficientes e dão menos “mobilidade” ao médico em prescrever outras drogas junto.
“O mundo inteiro está demandando vacina e medicamento de intubação. Por isto discutimos até um plano B de aquisição, de outros medicamentos que não são os ideais, mas que podem ajudar. Estamos mapeando fornecedores nos três estados. Todo o sistema está tensionado (justo, com falta de medicamentos). Levamos isso pro (ministro Eduardo) Pazuello”, informou o catarinense Carlos Moisés.
Oxigênio
Outro assunto levado pelos governadores aos ministros da saúde Eduardo Pazuello, que está deixando a pasta, e Marcelo Queiroga, que está assumindo, foi a questão do oxigênio. Conforme Ratinho Júnior, o Paraná, pelo menos, não sobre com a falta do gás. Mas sim, com a falta de cilindros para transportá-lo.
O Paraná ainda tem um sistema de abastecimento de hospitais à granel, mas que não é o caso de outros estados. Assim como a ideia de uma central única de regulação de leitos para os três estados do sul, os governadores levaram aos ministros ideia parecida, porém com cilindros de oxigênio, que eles sejam transportados de um estado vizinho a outro em caso de sobra em algum lugar e falta em outro. Também sugeriram ao ministro o transporte de oxigênio à granel, para que sejam abastecidos os cilindros nos hospitais.
“Diferente do Amazonas, aqui não temos problemas de produção de oxigênio. O que temos aqui é pedir ao Ministério da Saúde mais suporte aos municípios menores, que não tem produção, e principalmente os que não tem cilindros suficientes, que é o problema maior. Um estoque regulador ajudaria muito nessa distribuição de cilindros”, disse Ratinho Júnior.