Coronavírus: sequelas podem ser diagnosticadas após a cura? Veja mais
Por ser um vírus novo na espécie humana, muitas descobertas estão sendo feitas sobre o coronavírus Sars-CoV-2. Uma das grandes dúvidas sobre as consequências da Covid-19 no organismo era se a doença poderia deixar sequelas nos pacientes após a cura. Com o tempo e o aumento no número de pessoas que se recuperaram do novo coronavírus foi possível tirar algumas conclusões. Confira.
Como é feita a recuperação dos pacientes de Covid-19
Atualmente não existe nenhum tipo de combate ao Sars-CoV-2 comprovado. Segundo o Ministério da Saúde, “Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para o combate ao coronavírus (COVID-19), entretanto, até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus (COVID-19).”
Portanto a recuperação é feita de maneira natural pelo organismo, apenas com o auxílio de remédios para dor e febre, que podem ajudar no bem estar dos pacientes. Casos leves são tratados em casa em isolamento, enquanto níveis mais severos da doença precisam de atendimento hospitalar.
Tânia Chaves, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia explicou à revista Abril que “A doença parece ter duas fases. Em um primeiro momento, a pessoa sente febre, tosse e mal-estar e vai para casa. Por volta do oitavo ou nono dia [não há um período exato], pode sentir falta de ar e dificuldade para respirar. Aí, ela precisa ser reavaliada”. A médica ainda reforça: “Não existe uma sequência óbvia para isso. A pessoa pode chegar no pronto-socorro e já precisar da ventilação mecânica. Tudo depende do seu estado, que é avaliado pela equipe médica”.
Existem sequelas do novo coronavírus?
Mas afinal, o que acontece depois que um paciente de Covid-19 se recupera e não apresenta mais o vírus em seu organismo? Um estudo liderado por médicos de Hong Kong mostra que indivíduos infectados pelo novo coronavírus podem ter sequelas pulmonares depois de curados.
Durante esta pesquisa foram estudados os casos de 12 pacientes que se recuperaram da doença causada pelo Sars-CoV-2. Estas pessoas passaram por testes, nos quais três delas apontaram uma certa dificuldade para respirar enquanto caminhavam um pouco mais rápido.
Owen Tsang Tak-yin, diretor médico do Centro de Doenças Infecciosas, explicou à revista Exame que ao analisarem os pulmões dos pacientes é possível notar uma espécie de alteração no funcionamento, mas ainda é cedo para confirmar os efeitos à longo prazo.
Owen afirma que “Alguns pacientes podem ter uma queda de 20% a 30% na função pulmonar. Encontramos padrões semelhantes a um vidro fosco em todos eles, sugerindo que houve danos nos órgãos”.