"No limite", complexos gastronômicos comunicam governador que vão voltar a funcionar
Através de um ofício encaminhado ao governador Ratinho Junior, os representantes dos complexos gastronômicos informaram que vão voltar às atividades. Na análise da Abrabar, do Sindiabrabar e da Feturismo, os complexos gastronômicos não se enquadram como shopping centers, galerias e centros comerciais, que estão suspensos de funcionarem por decreto. As atividades, porém, vão ser adequadas às orientações das autoridades sanitárias e reduzidas.
Entre os complexos vão voltar a funcionar, conforme o ofício, estão aqueles ligados a alimentação, como o Mercado Municipal de Curitiba, Mercado Sal, Ca’dore, SOUQ, Santa Vila, Vila Urbana e Distrito. Cada estabelecimento terá sua programação para reabertura.
Na declaração encaminhada ao governo do Paraná, os representantes explicaram que as férias coletivas já venceram, os funcionários precisam voltar a trabalhar. “Mas algumas empresas adotaram os recursos previstos na MP 936 e vão trabalhar com a capacidade reduzida”, detalhou o documento.
A garantia, para voltar, é que os estabelecimentos tomem todas as medidas de segurança e higiene “conforme consta na resolução número 01 de 16 de abril de 2020, bem como, nas orientações dos Mercados Municipais na Cidade de Curitiba, reabertos pelo Prefeito Rafael Greca”, explica o ofício.
Empresários estão no limite pelo isolamento social
Segundo o documento, “todos estão no limite, pois estamos vivendo a maior crise da humanidade causada pelo coronavírus. Tão grave é a situação que foi reconhecido o estado de calamidade pública no Brasil”.
As orientações de isolamento social, para os representantes dos complexos gastronômicos, ao mesmo tempo em que contribuem para diminuir o risco de transmissão e contágio da doença, trazem consequências à atividade empresarial. “A drástica, mas necessária, recomendação para as pessoas se recolherem em suas residências e não circularem em ambientes públicos afeta de forma absolutamente direta a atividade empresarial e, por consequência lógica, cada contrato de trabalho existente Brasil afora”.
Por deixarem de circular, as pessoas também deixam de consumir e se não consomem, as empresas, empregadoras nas relações de emprego, perdem a sua receita como vem acontecendo com uma queda superior a 80%, segundo o ofício. “Mas ao mesmo tempo em que perdem a arrecadação, não lhes é possível deixar de arcar com todos os custos inerentes à folha de salários, aos encargos trabalhistas, à contribuição previdenciária e aos tributos. Quer dizer, não recebem, mas têm que pagar“.
Empresários pedem apoio do governo do Estado
Os empresários defendem que o cenário não pode ser mantido, porque a conta não fecha. “Não amparar a atividade empresarial neste árduo momento terá como consequência, infelizmente, a mais séria crise de desemprego caminhando lado a lado com a crise de saúde pública decorrente da pandemia do coronavírus. O encerramento de empresas e o fechamento de postos de trabalho será enorme”, alerta o ofício encaminhado ao governador do Paraná. O governo ainda não se manifestou sobre o documento.