Bolsonaro é monitorado após secretário de Comunicação testar positivo para o novo coronavírus

Publicado em 12 mar 2020, às 00h00.

O secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, foi diagnosticado com coronavírus. Os exames foram realizados em São Paulo e a informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto no início da tarde desta quinta-feira, após exames testarem positivo . O presidente Jair Bolsonaro e integrantes da comitiva que o acompanhou a Miami, nos Estados Unidos, estão sendo monitorados desde a quarta-feira, após Wajngarten apresentar sintomas de gripe e ser submetido a ao teste para o vírus. O secretário também esteve em contato direto com o presidente norte-americano, Donald Trump, que, por sua vez, declarou não estar preocupado.

Entre o final da tarde e o início da noite de quarta-feira, o grupo que participou da viagem passou a receber ligações do gabinete da Presidência pedindo que diante de qualquer sintoma fizesse o comunicado imediatamente e procurasse um hospital militar em Brasília para fazer os exames, segundo integrantes da comitiva que falaram com o Estado em caráter reservado. Bolsonaro completa 65 anos no dia 21.

Em nota, o Palácio do Planalto informou que o Serviço Médico da Presidência da República “adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do presidente e de toda comitiva presidencial que o acompanhou, bem como dos servidores do Palácio do Planalto”. Wanjgarten ficará em quarentena em sua casa em São Paulo.

Durante a viagem, o chefe da Secom tomava café da manhã com o presidente em uma sala reservada. Nos Estados Unidos, o grupo que acompanhou Bolsonaro fazia deslocamentos em vans. Apenas o presidente seguia em carro separado.

O Palácio disse ter comunicado as autoridades do governo norte-americano sobre o diagnóstico do secretário de Comunicaçã para que também adotem as medidas necessárias. O secretário divulgou em redes sociais uma foto ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do vice-presidente, Mike Pence, e do empresário brasileiro Alvaro Granero.

Nesta quinta-feira, 12, o presidente cancelou viagem ao Rio Grande do Norte. O ministro do desenvolvimento regional, Rogério Marinho, afirmou que o evento oficial foi cancelado por “razões de segurança sanitária”. “A decretação ontem da Organização Mundial da Saúde de uma pandemia mundial nos obriga a ter segurança com a saúde do presidente e as pessoas ao seu entorno”, afirmou Marinho na sua conta oficial do Twitter. O governo federal negou que o cancelamento da agenda do presidente tenha a ver diretamente com a situação do chefe da Secom.

Participaram da comitiva aos Estados Unidos, entre sábado e terça-feira, os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Bento Albuquerque (Minas e Energia). Também viajaram os senadores Nelsinho Trad (PTB-MS) e Jorginho Mello (PL-SC); os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Daniel Freitas (PSL-SC), o assessor especial Filipe Martins, o presidente da Embratur, Gilson Machado, o secretário especial de Pesca, Jorge Seif Jr, entre outros.