Bebê internada desde o nascimento recebe alta após 489 dias no PR: "Gratidão"
Agora, mãe e filha finalmente vão para a casa em Ortigueira, nos Campos Gerais do Paraná; residência terá um home care fornecido pelo município
A bebê Kherollyn de Campos Souza, de 1 anos e 3 meses, que estava internada desde o nascimento, ganhou alta do Hospital Materno-Infantil da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Humai-UEPG) na última sexta-feira (24), no Paraná. A criança finalmente foi para casa após 489 dias.
Nascida em um hospital da Ortigueira, em 31 de janeiro do ano passado, Kherollyn chegou ao hospital em Ponta Grossa cinco dias depois, com diagnóstico de intestino curto. A doença consiste na má absorção do intestino delgado.
“Ficamos aqui na UTI pediátrica até 03 de maio do ano passado, quando fomos fazer reabilitação lá no Hospital Pequeno Príncipe”, recorda Lúcia, mãe de Kherollyn. Com o fim do tratamento por lá, elas voltaram para o Humai em 12 de setembro, na Clínica Cirúrgica, local em que aguardaram até a alta.
Bebê internada desde o nascimento: despedida do hospital
Considerada a moradora mais antiga do hospital, a bebê se despediu dos funcionários na última semana. “Nós nunca tivemos um paciente internado por tanto tempo com a gente […] Alegria e melancolia ao mesmo tempo. Todo mundo se despedindo, chateado porque ela vai embora, mas muito feliz, porque finalmente ela vai conviver com as irmãzinhas, com o pai, com a família dela”, conta Ticiane Vilela, coordenadora das Clínicas Pediátricas do Humai.
Na unidade hospital, Kherollyn completou seu primeiro ano de vida, com direito a festa de aniversário temática produzida pelas equipes. No Dia das Crianças, houve ações com profissionais fantasiadas da mesma personagem que a bebê.
Espaço adaptado e emoção na hora de ir pra casa
De acordo com o Humai-UEPG, a bebê precisou aprender a sentar, engatinhar, caminhar e comer num quarto de clínica cirúrgica, em isolamento de contato. O espaço foi adaptado com brinquedos e toda a equipe precisou revisar protocolos, para proporcionar conforto à criança e sua mãe.
“Tivemos bastante sucesso, e ver que ela realmente evoluiu, que está indo pra casa, é muito gratificante pra equipe toda […] Muita gratidão, por termos conseguido encaminhá-la para alta com segurança, porém fica um vazio, com certeza iremos sentir muita falta delas”, completou a coordenadora, emocionada.
“A gente que é mãe às vezes precisa tirar força de onde não tem, mas eu consegui. Muito obrigada”, disse a mãe da bebê ao ir embora.
Agora, mãe e filha vão ir para a casa em Ortigueira, nos Campos Gerais do Paraná. A residência terá um home care fornecido pelo município. “Agora, ela vai receber auxílio para troca da nutrição parenteral total (NTP), que auxilia na nutrição dela, com as enfermeiras indo na nossa casa todos os dias para fazer os curativos”, comemora a mãe.
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