Todas as crianças de Curitiba  entre seis meses e 5 anos de idade receberam a dose da vacina contra a poliomielite. Até esta segunda-feira (01), 103.509 crianças haviam sido imunizadas na cidade, o equivalente a 100,20% do público-alvo – o número foi superior a 100% porque a população de outras cidades e da Região Metropolitana de Curitiba buscou a vacina na capital. A cidade está entre as sete capitais brasileiras que atingiram a meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que era vacinar 95% da população nessa faixa etária.

O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, comemora o resultado e ressalta que foi feito um trabalho intenso para identificação das crianças que não tinham recebido a vacina. “Esta marca também é mérito dos profissionais envolvidos na campanha de vacinação que visitaram as escolas e creches municipais para alcançar o maior número possível de crianças, concentrando todos os esforços para garantir a imunização da população”, destaca.

Até a última sexta-feira (28), somente sete capitais brasileiras tinham alcançado a meta da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite, encerrada oficialmente no dia 21 de junho. Além de Curitiba, ultrapassaram os 95% do público-alvo Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio de Janeiro (RR) e Florianópolis (SC).

O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Moacir Pires Ramos, explica que, apesar de o vírus já ter sido erradicado no Brasil, a vacina oral contra a poliomielite para as crianças é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal estratégia para a erradicação da doença no mundo. “A vacinação em massa aumenta a cobertura vacinal das crianças menores de 5 anos e promove a dispersão de vírus vivos atenuados no ambiente, através dos vacinados e fornecendo uma proteção ainda maior à população”, explica o diretor.

Sintomas

A poliomielite é uma doença que atinge o sistema nervoso e pode provocar quadros de paralisia. O vírus entra no organismo através da boca e se multiplica no intestino. Os sintomas da doença são febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dores nos membros. O último caso registrado em Curitiba foi em 1985. “O vírus da paralisia infantil ainda circula em alguns países e por isso é fundamental vacinar as crianças para protegê-las do vírus”, informa.

Bebês com menos de seis meses não precisam tomar as gotinhas porque já estão vacinadas com a dose injetável nas unidades de saúde, de acordo com o calendário vacinal.

De acordo com o cronograma do calendário básico de vacinação, a criança recebe as duas primeiras doses – aos dois e aos quatro meses – do esquema com a vacina inativada poliomielite, de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses) e o reforço (aos 15 meses) continuam com a vacina oral.

Histórico

O último caso registrado da doença no Brasil foi em 1989, na Paraíba. As ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) estão voltadas à manutenção do país livre do poliovírus selvagem. Desde 1994, o país mantém o certificado emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicação da poliomielite.

Apesar de não haver registro de casos de pólio no país, os profissionais de saúde estão em alerta sobre a necessidade de notificação e investigação de todo caso suspeito de pessoas procedentes de países com circulação da doença. De acordo com a OMS, entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença. A maioria é decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos (Afeganistão, Nigéria e Paquistão) ou de países que restabeleceram a transmissão (Angola, Chade, República do Congo).

Em 2012, foram registrados 223 casos, sendo que 217 (97,3%) foram nos países endêmicos e 6 (2,7%) nos não endêmicos. É uma redução de 36,9% no número de casos de poliomielite no mundo, quando comparado ao mesmo período de 2011 (604 casos). No ano de 2013, até o dia 22 de maio, foram registrados 32 casos, sendo oito no Paquistão, 22 na Nigéria e dois no Afeganistão.