A Usina Hidrelétrica Governador Ney Aminthas de Barros Braga, também conhecida como Usina de Segredo, comemora neste mês 20 anos em plena atividade. Em homenagem à data, os Correios lançam, às 14h desta quarta-feira (10), na sede da usina em Mangueirinha, o selo personalizado e o carimbo comemorativo ao aniversário.
Localizada entre Mangueirinha e Reserva do Iguaçu, a 370 quilômetros de Curitiba, ela é a segunda maior usina em capacidade da Copel, com 1.260 MW de potência instalada, atrás apenas da Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia), com 1.676 MW.
A construção é considerada um marco da engenharia paranaense, pioneira no levantamento de impactos ambientais e modelo de planejamento para as usinas que posteriormente viriam a compor o parque gerador da Copel. A Usina Ney Braga possibilitou ao Paraná reduzir de modo significativo sua dependência energética de outros estados no início da década de 90, ao mesmo tempo em que contribuiu para atenuar os riscos de interrupções do fornecimento nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
“Além de praticamente garantir a autossuficiência em energia elétrica para o Paraná, o projeto arrojado de Segredo representou uma marcante conquista da engenharia paranaense”, lembra o diretor de Geração, Transmissão e de Telecomunicações da Copel, Jaime de Oliveira Kuhn.
Inovações
Com 720 metros de comprimento na crista e 145 metros de altura – o equivalente a um prédio de 50 andares – a barragem da usina era a quinta maior do mundo foi inaugurada. Outra inovação está na obra complementar que criou uma segunda barragem e um túnel, de mais de quatro quilômetros, que desvia águas do Rio Jordão – um dos afluentes do Iguaçu – diretamente para o reservatório da usina. Assim, a Copel conseguiu interligar duas barragens distintas, que permite à usina aumentar a capacidade de produção de energia.
Foi também desta usina o primeiro Relatório de Impacto Ambiental – Rima elaborado no Brasil para uma hidrelétrica, pioneirismo que situou a Copel como modelo às demais concessionárias do País na preservação do meio ambiente e na administração dos impactos decorrentes de uma obra de grande porte. O Rima da usina foi concluído e aprovado em 1987.
Como compromisso do Rima, em 2000 foi construído e inaugurado o Museu Regional do Iguaçu, que abriga todo o acervo coletado durante as obras das usinas hidrelétricas construídas pela Copel no rio. A educação ambiental, abrangendo o horto florestal, a estação de ictiologia e a própria usina são temas apresentados e discutidos com os, aproximadamente, 11 mil visitantes anuais.
Custos
As obras civis da usina foram iniciadas em novembro de 1986, e ao seu final, o custo do projeto se situava entre os mais baixos do País à época. “Amplos estudos indicaram que os aspectos técnicos, econômicos, sociais e ambientais do empreendimento eram muito favoráveis, a que se associou a existência de um sistema de transmissão em operação próximo do local escolhido”, explica Edson José Marcolin, atual superintendente de Operação e Manutenção da Geração.
Em 2011, a usina alcançou um índice de disponibilidade acima de 92%. “Um reflexo da dedicação das equipes que nela atual, e da qualidade e seriedade do trabalho de manutenção realizado”, relata Adrian Tavares de Lira, atual gerente da usina. A partir de 2001, todas as usinas da Copel do Rio Iguaçu passaram a ser monitoradas e operadas remotamente pelo Centro de Operação da Geração (COG), em Curitiba.