Mais da metade das pessoas que procuram unidades de saúde de Curitiba com o objetivo de parar de fumar consegue abandonar o vício. Levantamento realizado no primeiro trimestre deste ano com os participantes do Programa de Controle do Tabagismo mostra que 53,19% pararam de fumar. O tratamento no Sistema Único de Saúde envolve consultas clínicas, apoio motivacional – geralmente em grupos de apoio – e a utilização de medicamentos, quando necessário.

As pessoas interessadas em parar de fumar devem procurar informações na unidade de saúde mais perto de sua casa. Todas as 109 unidades básicas de Curitiba têm profissionais preparados para dar orientações e direcionar para as unidades próximas que estão com grupos abertos. “O tabagismo é uma doença que gera um vício e que exige atendimento e acompanhamento profissional especializado”, afirma Marcela Lima Cardoso Selow, responsável pelo Programa de Controle do Tabagismo do SUS Curitiba.

A médica pneumologista Luci Bendhack, responsável pelos grupos de tabagismo nas unidades Ouvidor Pardinho e Mãe Curitibana, explica que o fumante que vai em busca de ajuda na rede pública de saúde é submetido a uma avaliação inicial – que pode ser com médico, enfermeiro ou psicólogo – para uma análise da saúde física e emocional. Depois, geralmente é direcionado para um grupo de apoio, onde encontrará outras pessoas com o mesmo objetivo.

No primeiro mês, os encontros são semanais. “Quem chegou até o quarto encontro, na maioria dos casos já parou de fumar”, afirma Luci. Nos dois meses seguintes, as reuniões ocorrem a cada 15 dias e, depois disso, apenas uma vez por mês, que são as “reuniões para prevenção de recaída”.

O objetivo desses encontros, segundo a médica, é aprofundar o conhecimento sobre o que é fumar, como parar, como lidar com situações de estresse, como superar as possíveis crises de abstinência do tabaco, entre outras questões comuns ao grupo. “Os medicamentos não são prescritos para todos, depende da necessidade e das condições clínicas de cada paciente”, salienta. “Os benefícios começam a aparecer já nas primeiras semanas, na pele, no cabelo, no paladar”, garante Luci.