O presidente americano Donald Trump, reconheceu nesta quarta-feira, 5, a chance dos Estados Unidos viverem uma segunda onda de covid-19, possibilidade antes afastada por altos funcionários da Casa Branca. “Podemos ter outra onda, como aconteceu na Austrália, na França, na Espanha”, disse o republicano, em entrevista à emissora Fox News.

Por outro lado, o líder da Casa Branca afirmou que uma vacina contra o novo coronavírus deve ser disponibilizada “muito antes” do fim do ano – segundo ele, graças aos esforços do governo.

Apesar da ameaça de uma segunda onda da pandemia no país, neste momento em que os EUA já veem alta significativa de casos de covid-19, o republicano defendeu o processo de reabertura econômica e as votações presenciais nas eleições de novembro.

“As escolas devem reabrir, crianças são praticamente imunes ao coronavírus”, disse Trump durante a entrevista.

Ainda que a incidência de casos graves da covid-19 seja menor entre crianças, não há comprovação científica de que a doença não possa afetá-las. “Nosso maior problema, nesse momento, são os democratas que não querem reabrir economia”, completou.

Donald Trump reiterou sua posição de que há uma recuperação econômica em curso nos EUA. “Estamos voltando a ser bons industriais”, afirmou. Ele ainda citou aos entrevistadores o avanço surpreendente das encomendas indústria no país, informado ontem, e criticou governadores que insistem no lockdown para conter a pandemia. “Teremos alguns compromissos de campanha que terão de ser online, como na Carolina do Norte”, chegou a dizer, sugerindo que o processo eleitoral americano será afetado pelas medidas de isolamento social. A Carolina do Norte é governada pelo democrata Roy Cooper.

Tensão com democratas

Ampliando suas críticas ao Partido Democrata, Trump também disse na entrevista que membros da legenda de oposição estão financiando o movimento social americano Antifas, que, segundo ele, é um grupo terrorista formado por “anarquistas radicais de esquerda”.

O republicano também afirmou que uma eventual eleição à presidência do democrata Joe Biden despertaria interesse de China e Coreia do Norte por negociar com os EUA “no dia seguinte”, por uma suposta complacência do rival com outros países.