Para Teori Zavascki, ambos devem permanecer na cadeia, pois ainda podem interferir nas investigações e têm influência em órgãos governamentais
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (2) manter na prisão os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA). Os dois estão presos desde abril de 2015 em decorrência de desdobramentos da Operação Lava Jato.
Para o ministro Teori Zavascki, ambos devem permanecer na cadeia porque ainda podem interferir nos rumos das investigações e têm influência em órgãos governamentais. A posição de Zavascki foi seguida pelos outros quatro ministros da 2ª Turma do STF, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Celso de Mello.
Vargas é suspeito de trabalhar a favor da rede articulada pelo doleiro Alberto Youssef, que também está preso por conta dos desvios na Petrobras. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No pedido de habeas corpus, a defesa do ex-deputado afirmava que a prisão preventiva não se justificava porque os fatos investigados haviam ocorrido até 2013 e não havia risco de influência política nas apurações, pois ele havia se desfilado do PT e perdido o mandato de deputado em dezembro de 2014.
Zavascki, no entanto, afirma que há concreto risco que ele mantenha, mesmo com o mandato cassado, influência em órgãos governamentais.
Já Argôlo, foi condenado à pena de 11 anos e 11 meses de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro. Para o ministro, o ex-deputado ainda representa risco para a instrução criminal.
O relator, no entanto, não concordou com os argumentos do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância. Para Moro, a prisão preventiva tinha como objetivo impedi-lo de voltar à vida pública, já que ele é suplente na Câmara dos Deputados.