Para especialistas, a proibição das doações por empresas “foi um avanço”, mas a lei precisa ser aperfeiçoada
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os gastos nas campanhas municipais de 2016 chegaram a R$ 2,131 bilhões. Esse valor leva em conta apenas as doações de pessoas físicas, já que neste ano as empresas foram proibidas de doar. Uma economia significativa em comparação com as eleições municipais de 2012, quando ainda foi possível às empresas fazerem doações aos candidatos e as campanhas custaram R$ 6,2 bilhões.
“As cidades estão mais limpas” observou o presidente do TSE, Gilmar Mendes.
O presidente do TSE lembrou que o número parcial referente a 2016 corresponde apenas às doações legais. “Não há, obviamente, a captação de caixa 2. Mas também não conseguimos captar em 2012 e a realidade agora, com a investigação da Lava Jato, mostra que o caixa 2 continuou a funcionar.”
Para especialistas, a proibição das doações por empresas “foi um avanço”, mas a lei precisa ser aperfeiçoada. Para Eugênio Bucci, há um problema – “a porta aberta para o gasto livre, na campanha, de parte dos próprios candidatos”. “Quem tem mais recursos faz campanha mais rica.”
Já o cientista político Carlos Mello, do Insper, se preocupa com a “transparência”. Ou seja, se uma empresa desse recursos a um candidato e depois recebesse um contrato, as investigações iam atrás de retornos e movimentos bancários. “Foi o que fizeram a Lava Jato e outras operações. Daqui por diante, não se sabe que novos caminhos o caixa 2 vai trilhar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.