De janeiro até agora, quatro crianças foram diagnosticadas com microcefalia no Estado

O Governo do Paraná apresentou, em Curitiba, um panorama geral da situação da zika e da microcefalia no Estado. O tema foi pautado na reunião da Comissão Estadual de Infectologia, que tratou do decreto de situação de emergência nacional em saúde pública, devido ao surto de ambas as doenças na região nordeste do país.

Segundo o estudo da Secretaria Estadual da Saúde, inicialmente, não há relação entre os casos registrados por zika e microcefalia no Paraná, visto que até o momento sete ocorrências foram confirmadas e nenhuma diz respeito a gestantes ou bebês.

Além disso, ao avaliar a série histórica dos casos de microcefalia no Estado, constatou-se que não houve aumento no número de ocorrências em 2015. De janeiro até agora, quatro crianças foram diagnosticadas com a doença. Em 2014, por exemplo, foram nove casos.

De acordo com o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz, o momento é de reforçar o monitoramento dessas doenças e organizar uma retaguarda de atendimento para possíveis casos suspeitos. “Estamos em alerta e acompanhando de perto os desdobramentos da situação no Nordeste. Apesar do Paraná ainda não ter sido afetado diretamente, é preciso que estejamos preparados para qualquer adversidade”, ressaltou.

Cruzando os dados de diversos sistemas de informação, o governo estadual identificou ainda que, entre 2009 e 2015, nenhum bebê com microcefalia nasceu de gestante com histórico de dengue, zika ou febre chikungunya. A análise foi expandida porque as três doenças têm sintomas parecidos e poderiam ter sido confundidas na hora do diagnóstico.

Dos sete casos zika existentes até agora, apenas dois são autóctones (quando a infecção ocorre dentro do próprio Estado). Trata-se de um casal de moradores de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Estado, que manifestou os primeiros sintomas da doença no mês de maio e que não haviam saído da cidade.

Os outros cinco casos são importados, ou seja, pessoas que se infectaram em Maceió (Alagoas) e Recife (Pernambuco) e foram atendidos no Paraná. Esses números foram divulgados durante uma coletiva de imprensa após a reunião da Comissão Estadual de Infectologia.

A forma de transmissão da zika é a mesma da dengue e da chikungunya e por isso o foco é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti. “O inimigo a gente já conhece. Contudo, agora existe uma tríplice ameaça. Com a chegada do verão, a preocupação só aumenta”, ressaltou a superintendente de Vigilância em Saúde, Eliane Chomatas.