A estiagem prolongada nas áreas urbanas das regiões Oeste e Sudoeste, somada ao aumento do consumo causado pelas altas temperaturas, alerta para a necessidade do uso racional da água, para evitar risco ao abastecimento nos municípios. “A água tratada deve ser usada sem desperdícios, como prevenção, caso a seca continue”, explica o gerente-geral da Sanepar na região, Renato Mayer Bueno.
Em cidades como Cascavel, Guaíra, Assis Chateaubriand e Toledo, o consumo de água em janeiro está 25% maior que a média registrada de maio a julho. Em Cascavel, o salto na produção de água da Sanepar foi de 58 milhões para 72 milhões de litros por dia.
Dados da Estação Metereológica da Coopavel, que tem 3.320 cooperados em 17 municípios do Oeste, apontam que, de novembro de 2010 a janeiro do ano passado, choveu na região 582 milímetros. Já de novembro passado até agora, o volume das chuvas foi de apenas 206 milímetros.
O secretário de Assuntos Comunitários de Cascavel, José Carlos da Costa, adianta que o município está concluindo um levantamento de dados para decretar situação de emergência. O major Fernando Raimundo Shunig, chefe da Defesa Civil da região, informa que mais de 15 municípios estão em situação crítica e entrando com pedido de decretação de estado de emergência.
Com o decreto, será possível obter recursos federais para atender as necessidades dos agricultores e das comunidades atingidas pela estiagem. Shunig lembra que as chuvas estão 60% abaixo da média normal, condição que permite o decreto, e que, se a região permanecer mais 15 dias sem precipitação, é possível que 100% dos municípios entrem com o pedido. Além disso, o calor intenso aumenta os riscos de incêndios.
A Sanepar recomenda que a água seja usada, prioritariamente, para alimentação, higiene pessoal e doméstica. Atividades como lavar o carro, calçadas e fachadas de imóveis podem ser adiadas até que a situação se normalize.