Concluída a vacinação contra a influenza definida pelo Ministério da Saúde para os grupos de maior risco e que vacinou mais de 235 mil pessoas, é hora de a população reforçar os cuidados para prevenir a doença. O alerta é da diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Karin Luhm.
São indispensáveis hábitos simples como manter arejados os ambientes de uso coletivo (como ônibus, salas de aula e escritórios), além de proteger o nariz e a boca com lenço descartável antes de tossir, de espirrar e, em seguida, lavar as mãos com água e sabão. O álcool em gel de uso cosmético – que é diferente do empregado na limpeza de superfícies – pode substituir a lavagem das mãos quando ela não puder ser feita.
“Em 2009, o ano da epidemia mundial da gripe A/H1N1, medidas como essas não só ajudaram na redução dos casos da doença como também diminuíram a incidência de conjuntivite e diarreia. O ganho para a saúde coletiva, com essas medidas, é muito grande”, frisa Karin.
Essa rotina é indispensável durante todo o ano e, segundo a diretora, em especial no inverno. “É nessa época, normalmente, que se registram mais casos de doenças respiratórias como a gripe A/H1N1 que, apesar de já ser uma doença sazonal, está tendo um número maior de casos esse ano com relação ao anterior”, justifica.
Ocorrência – Até a última segunda-feira (26) haviam sido diagnosticados laboratorialmente 65 casos de influenza: 62 ocasionados pelo vírus A/H1N1, dois pelo A/H3 e um pelo tipo B. Desse total, 33 foram tratados ambulatorialmente (em casa, e tomando remédio específico) e 29 precisaram ser internados. Três desses pacientes morreram (um em janeiro, no Nordeste, e dois agora em junho, em Curitiba).
As unidades sentinela de pesquisa da influenza que funcionam nos centros municipais de urgências médicas CIC, Cajuru e Campo Comprido foram responsáveis pela coleta de 35 das amostras que deram positivo para influenza: 33 para A/H1N1, um para A/H3 e outro para o tipo B.
Os cuidados contra a gripe complementam a prevenção feita por meio da imunização dos segmentos de risco priorizados pelo Ministério da Saúde (idosos, bebês entre 6 meses e 2 anos incompletos e gestantes). A vacinação começou em 5 de maio e foi prorrogada até 11 de junho. Também seguindo orientação do Ministério, no momento esses locais estão aplicando somente a dose de reforço nas crianças menores de 1 ano.
Síndromes gripais – Além das condutas preventivas, Karin chama a atenção, também é importante estar atento aos sintomas das síndromes gripais e que precisam ser confirmados por diagnóstico médico clínico. Somente passam por coleta de secreção da orofaringe para exame laboratorial os pacientes internados.
Devem procurar o serviço de saúde mais próximo todas as pessoas que tiverem febre igual ou superior a 38º C associada a qualquer outra queixa do aparelho respiratório (como tosse, secreção ou dor de garganta).
Quando diagnosticadas por médico, as síndromes gripais são tratadas com o medicamento oseltamivir, comercialmente conhecido como Tamiflu. Ele é entregue somente mediante a apresentação de receita médica atual e em duas vias ou de formulário de dispensação também em duas vias. O procedimento é feito desde o ano passado.
O remédio pode ser retirado gratuitamente nos centros municipais de urgências médicas (CMUMs) e, no caso somente das cápsulas de 75 miligramas, também nas unidades básicas.
Curitiba e a gripe
– 65 casos confirmados laboratorialmente até 25 de junho (62 por vírus A/H1N1)
– Dos casos de gripe A, 33 foram tratados ambulatorialmente e 29 em hospital
– Três dos internados faleceram
– Casos leves de síndrome gripal (febre a partir de 38º C associado a pelo menos mais um sintoma respiratório) são tratados ambulatorialmente com o medicamento oseltamivir