Salário Mínimo: famílias de baixa renda terão pouca flexibilidade com novo reajuste
O reajuste do salário mínimo, apenas pela inflação do ano anterior, pode ter efeitos negativos para famílias de baixa renda. Isso porque, os alimentos são os que mais pesam nas compras e os preços são mais voláteis.
Reajuste do salário mínimo
Sem ganho real no salário mínimo, o cidadão terá que enfrentar a inflação de um ano inteiro. Eles devem esperar apenas a reposição da perda do poder de compra no ano seguinte. “Quando o ano vai avançando o poder aquisitivo vai ficar defasado, já que o reajuste [do salário mínimo] não é automático”, explica o economista André Braz.
Famílias com crianças tendem a desembolsar mais dinheiro em época de compra de material escolar. Famílias com idosos gastam mais com medicamentos.
“Quanto menos se ganha, mais a cesta [de consumo] é rica em alimentos e pobre em serviços. A percepção da inflação vai ser diferente de acordo com a configuração familiar, algumas pessoas, de fato, vão perceber uma inflação maior do que a oficial”, observa o economista.
Nesse caso, sem o ganho real, a possibilidade de construir uma reserva financeira para ter margem de manobra fica comprometida.
Aumento de 4,2%
Pela proposta da equipe econômica, o salário mínimo sairia dos atuais R$ 998 para R$ 1.040 no ano que vem: reajuste de 4,2%. O índice usado para o reajuste será o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange famílias com renda de um a cinco salários mínimos.
Nos últimos 12 meses encerrados em março, o INPC acumula alta de 4,67%.