Relação extraconjugal foi motivação de envio de pães de mel envenenados

Publicado em 19 maio 2021, às 12h22. Atualizado às 13h06.

homem de 43 anos detido durante a operação Doce Vingança, por enviar pães de mel envenenados confessou ter injetado o produto tóxico no alimento. O motivo foi uma relação extraconjugal que foi descoberta pelo acusado no começo do ano de 2020. A relação envolvia a vítima do crime e a esposa do autor.

O crime foi premeditado pelo autor, que estava ameaçando a vítima por meio de cartas e telefonemas desde o ano passado. Nas cartas ele relatava que iria danificar veículos e propriedades.

Uma das ameaças foi encaminhada diretamente para a empresa onde a vítima trabalhava, relatando condutas adversas e pedindo a demissão do homem que era funcionário de uma empresa de fabricação de ônibus, na cidade. Para a polícia, ele relatou que após a relação extraconjugal, houve uma briga entre o casal, no entanto durante esse período premeditou a vingança.

“ Ele relatou que é uma pessoa fechada e ficou com a situação guardada para ele. Isso lhe causou mal e um dia, não lúcido, resolveu injetar o veneno em pães de mel e mandar para a vítima, um homem de 35 anos”.

Delegado da Homicídios, Diego Valim

Durante as diligências, os investigadores concluíram que o autor, utilizou de outras pessoas para que o alimento com veneno, chegasse até a casa da vítima. Um motoboy que entregou o pacote na residência, e um vendedor ambulante, foram ouvidos pela polícia, mas foi verificado que eles não tem envolvimento com o crime. Câmeras de segurança espalhadas pela cidade, auxiliaram na identificação das pessoas envolvidas.

O homem teve a prisão preventiva decretada e deve  responder por dupla tentativa de homicídio, porque assumiu o risco de que a esposa do homem também pudesse ter ingerido o alimento.

A perícia realizada no alimento, apontou que o pão de mel recebido pela vítima, estava envenenado com Carbofurano, um inseticida agropecuário, altamente tóxico, que tem venda proibida no Brasil.

Ameaças

Várias cartas e ligações telefônicas foram recebidas pela vítima que chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia de Cascavel, durante o ano de 2020.

Nas cartas, o homem relatava que iria jogar ácido nos veículos da vítima e destruir propriedade. 

Um dos envelopes foi entregue na empresa onde o homem trabalhava. Nele uma carta relatava  informações difamando a vítima e pedindo para que ela fosse demitida. Esta carta foi entregue pelo autor, que foi até o local em um dia chuvoso, e utilizou de um guarda chuvas para se proteger e também evitar que seu rosto fosse identificado pelas câmeras.

O equipamento, assim como o carro que foi utilizado pelo autor foram apreendidos, durante a Operação intitulada com Doce Veneno. Computadores, celulares e HDs externos também foram levados para perícia.

A polícia investiga agora se houve envolvimento da mulher do suspeito, na premeditação do crime. A hipótese foi levantada após a constatação de informações bem pessoais da vítima, relatadas nas cartas.

Sobre o caso

O crime aconteceu no começo de abril. A vítima de 35 anos ficou internada por 10 dias em estado grave, após consumir o doce, recebido como presente em sua casa. 

A embalagem com dois bolinhos, estava com o  logo de uma empresa, e foi encaminhada na época de páscoa, em agradecimento pela vítima ser cliente.

Mudança de cidade

A vítima do crime não mora mais na cidade de Cascavel, segundo um dos assistentes de acusação, seu cliente precisou sair do trabalho e mudar de residência, por medo, atualmente ele e esposa moram no Rio Grande do Sul

O advogado acredita que os alvos seriam o casal e não apenas o homem.