É possível criar anticorpos contra coronavírus ou é mentira?

por Redação RIC.com.br
Com informações do R7
Publicado em 6 maio 2020, às 00h00.

Muito se fala sobre os anticorpos que podemos criar ao pegarmos a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Embora ainda não haja uma confirmação de que ao se recuperar da doença a pessoa esteja mais resistente, é possível que isso aconteça, realmente.

Recentemente, a ativista Luisa Mell se recuperou do coronavírus e esperava ter anticorpos contra a doença em seu sistema imunológico. Com ela, por exemplo, não foi o que aconteceu: mesmo depois de dois exames, com 20 dias de diferença, não estava imune ao coronavírus.

“Isso põe por terra a teoria daquele pessoal contra o isolamento social, falando sobre imunização de rebanho, que se tantas pessoas pegarem, ficam imunes, isso não é verdade”, desabafou Luisa, que foi diagnosticada em março.

O que dizem os especialistas sobre a imunidade ao coronavírus?

Mesmo com todas as possibilidades, ainda não é consenso entre os médicos de que a pessoa possa estar imune após se recuperar da doença. A OMS afirma que existem estudos que mostram que recuperados têm anticorpos, mas “nenhum estudo avaliou se a presença de anticorpos contra a Sars-CoV-2 confere imunidade à infecção subsequente por esse vírus em humanos”.

O documento da OMS alerta para que as pessoas não confiem que estarão imunes após contrair a doença e se recuperar. Já para a médica infectologista, entrevistada pelo R7, há possibilidade de haver imunidade, mas isso depende muito de pessoa para pessoa. A médica, que também é professora de Medicina da Unime Lauro de Freitas, explicou que a produção de anticorpos se dá uma semana após a infecção.

“A produção de anticorpos específicos contra microrganismos se dá a partir de uma semana após a infecção. Em duas semanas, já é possível detectar anticorpos e opinar a respeito de casos específicos em quantidades que garantem a sua detecção em testes sorológicos validados. Para opinar sobre casos específicos, é sempre indispensável termos os detalhes, principalmente cronológicos e clínicos”, explica Ledívia Espinheira.

Há testes sorológicos com sensibilidade (capacidade de detecção dos anticorpos) menores que 90%. Assim, podemos ter casos de falsos negativos, sobretudo quando os títulos de anticorpos ainda não atingiram seu pico”, explicou.