Polícia Civil de Maringá indicia religiosos por tráfico de pessoas para trabalho análogo à escravidão
A Polícia Civil de Maringá, através do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), indiciou pai, mãe e filho, religiosos de uma igreja da cidade, por associação criminosa e tráfico de pessoa com a finalidade de submeter a condição análoga à de escravo. Os casal de religiosos ainda foi indiciado por subtração de incapaz, já que as crianças eram mantidas sem acesso dos pais. O inquérito segue para o Ministério Público, que deve submetê-lo à Justiça.
Na semana passada, as investigações da Polícia Civil de Maringá no caso de uma família de religiosos suspeita de aliciar crianças e adolescentes com intuito de submetê-las ao trabalho análogo à escravidão encontrou mais seis possíveis vítimas. No total, 11 crianças são apontadas pelas investigações como vítimas dos religiosos.
As investigações foram conduzidas pela delegada do Nucria, Karen Friedrich Nascimento. O casal de religiosos e o filho de 22 anos continuam presos.
Operação
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o casal e o filho na manhã do último dia 23 de julho. Dentro da igreja, foram apreendidos uma pistola, 15 munições intactas, um taco de beisebol, dinheiro em espécie e cheques, além de alimentos em condições impróprias, incluindo quase 200 pizzas.
Os três presos são líderes religiosos e comandavam a venda de pizzas feitas em uma igreja, em Maringá e cidades da região. O trio atraia as crianças e adolescentes afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer.
De acordo com as investigações, após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais.
De acordo com a Vigilância Sanitária, foram encontrados produtos usados na confecção de pizzas armazenados de forma irregular, fora da temperatura de acondicionamento ideal, sem data de validade e sem procedência.