A Polícia Militar de São Paulo informou que 235 pessoas foram detidas na noite de quinta-feira (14), no quarto protesto contra o aumento da tarifa de transporte público na capital paulista. De acordo com a Polícia Civil, desse total apenas quatro pessoas seguem presas e já foram transferidas para um Centro de Detenção Provisória.

A maioria foi detida pela Polícia Militar (PM) na região do centro enquanto se dirigia para o local do ato, o Theatro Municipal. De acordo com os policiais civis, muitos jovens foram levados para a delegacia por terem vinagre dentro das mochilas. Os agentes não souberam, no entanto, explicar porque o porte da substância foi considerado motivo para averiguação. Os manifestantes dizem que levam vinagre para se proteger do gás lacrimogêneo.

O protesto de ontem, que reuniu mais de 5 mil pessoas, segundo a PM, foi a quarta desde o dia 6 contra o aumento das tarifas públicas, que passou de R$ 3 para R$ 3,20 na semana passada. Em todas houve confronto com a polícia e foram registradas depredações por parte de alguns manifestantes. A força tática usou bombas de gás e balas de borracha para tentar impedir os manifestantes de subirem a Rua da Consolação.

Prefeitura critica violência policial

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou os excessos cometidos pela polícia militar, durante a manifestação de ontem. Várias pessoas que participaram do ato reclamaram das atitudes da PM que, segundo eles, reprimiu o protesto de forma truculenta sem que houvesse qualquer tipo de atitude hostil por parte dos manifestantes. Na internet, dezenas de vídeos e fotos circulam pela rede denunciando a violência empregada pelos policiais. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que irá abrir um inquérito para investigar os possíveis abusos cometidos.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que condena veementemente os ataques deliberados da Polícia Militar à imprensa. Pelo menos quinze jornalistas foram feridos pela Polícia Militar durante a manifestação de ontem (13) em São Paulo e outros dois repórteres foram detidos. A Abraji cobra dos responsáveis que os agentes envolvidos nas agressões físicas contra repórteres e manifestantes sejam identificados e punidos. O órgão também espera uma explicação oficial da Secretaria de Segurança Pública para a prisão de todos os jornalistas detidos. Impedir o repórter de realizar seu trabalho é violentar toda a sociedade; é atentar contra a democracia, encerra a nota.

Um novo protesto contra o aumento das passagens foi marcado para segunda-feira (17), às 17h, no Largo da Batata, zona oeste da capital.

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