Além de Marisa, foram intimados o filho de Lula e os donos oficiais do sítio em Atibaia (SP) (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Intimados devem prestar esclarecimentos sobre Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Desde quinta (4), PF tenta localizar os advogados de Marisa Letícia para entregar intimação

A Polícia Federal (PF) intimou a esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia, e outras três pessoas para prestar esclarecimentos sobre a compra e reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado na Operação Lava Jato. A PF informou que desde quinta-feira (4) tenta localizar os advogados de Marisa Leticia para entregar a intimação.

As intimações foram solicitadas pelo delegado Márcio Adriano Anselmo na quinta-feira (4), mas foram anexados aos autos apenas nesta segunda-feira (8).

Além de Marisa, foram intimados Fábio Luiz Lula da Silva, filho de Lula, e os donos oficiais do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), Jonas Leite Suassuna Filho e Fernando Bittar. 

Na 24ª fase da Operação Lava Jato, denominada Aletheia, a PF cumpriu mandados de condução coercitiva de Celso Silva Vieira do Prado, Rodrifo Aurélio Pimentel, Paulo Roberto Valente Gordilho, Paulo Macelino Mello Coelho e Paulo Tarcísio Okamoto. 

Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre a compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, no litoral paulista, e sobre os recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos – que pertence ao ex-presidente.

Lula e o ex-senador e ex-líder do governo Delcídio Amaral foram denunciados há dez dias no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de obstrução às investigações da Lava Jato. Os dois teriam tentado pagar para que o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, não fizesse acordo de delação premiada.

A Lava Jato considera ter elementos para apontar que o sítio e o tríplex, apesar de estarem registrados em nome de terceiros, eram de Lula – beneficiário de recursos de propina da Petrobrás.

Para os delegados e procuradores, a compra e a reforma dos imóveis envolveram empreiteiras do cartel que fatiavam obras na Petrobras mediante pagamentos de propinas para PT, PMDB e PP.

Laudo
Um laudo produzido pela PF, neste inquérito sobre o sítio, apontou que o imóvel foi reformado em duas ocasiões pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, com a participação direta de outro alvo da Lava Jato, o pecuarista amigo de Lula José Carlos Bumlai.

A defesa de Lula afirmou, em diversas ocasiões, que tanto o sítio em Atibaia quanto o apartamento na cidade do litoral paulista não pertencem ao ex-presidente.