Foto: C.E. Gratulino de Freitas/Divulgação

Provas do Enem estão previstas para acontecer em todo o Brasil nos dia 5 e 6 de novembro

A ocupação das escolas estaduais e a greve anunciada pelos professores paranaenses já começam a preocupar as autoridades sobre a possibilidade da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deve acontecer nos dias 5 e 6 de novembro. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o exame vai ser realizado no Paraná, mesmo que as escolas continuem ocupadas. “Caso alguma escola onde será realizado o exame esteja ocupada nos dias das provas, o INEP tomará as medidas necessárias para garantir que nenhum inscrito no exame seja prejudicado”, disse o órgão em nota.

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Já a Secretaria Estadual de Educação (Seed), afirma apenas que o governo estadual busca soluções para a realização das provas. “Após recebermos alerta dos técnicos do Inep de que a realização das provas corria risco, levamos essa preocupação ao chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e buscamos uma forma de garantir a realização das provas”, afirma nota enviada pela Seed.

Até a tarde desta quinta-feira (13), segundo o site Ocupa Paraná, eram 285 colégios tomados por estudantes, incluindo três universidades. O governo do Estado afirma que 210 escolas estão ocupadas e 200 mil alunos estão sem aulas. A rede estadual têm 350 mil estudantes matriculados no ensino médio, cerca de um terço desse total no último ano.

Em um vídeo publicado na noite de quarta-feira (12), o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, falou da possibilidade de cancelar o Enem. Segundo ele, o governo do Estado concorda que a reforma do Ensino Médio proposta por Medida Provisória, sem diálogo com as Unidades da Federação, gera preocupação.

Segundo o governo do Estado, a reforma do ensino médio será debatida com a rede. “Vamos debater amplamente, em especial com os nossos alunos, as alterações propostas pelo governo federal. No Paraná, todas as disciplinas oferecidas hoje serão mantidas”, disse o governador Beto Richa.

Os jovens são contra a reforma no ensino médio que prevê, entre outras coisas, mudanças da jornada diária de quatro para sete horas de aulas e a flexibilização da escolha das disciplinas. Eles também protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição 241, que prevê o congelamento dos gastos públicos por até 20 anos.

A greve dos professores, aprovada em assembleia para começar no próximo dia 17, é motivada pela insatisfação da categoria contra a proposta de alteração da data-base e o pagamento de progressões. Os docentes ainda reclamam de demandas nacionais, como a Medida Provisória do Ensino Médio.