Mulher denuncia vizinho por pedofilia e população faz justiça com as próprias mãos

por Mônica Ferreira
com informações da repórter Daniela Sevieri e supervisão de Caroline Berticelli, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 18 out 2021, às 16h06. Atualizado às 16h15.

Na tarde desta segunda-feira (18), a equipe da RIC Record TV divulgou uma entrevista com a mulher que acusou o vizinho de ter estuprado seus dois filhos de apenas seis e oito anos de idade. O suposto autor do crime também deu sua versão dos fatos.

“Realmente deu estupro. Eu não estaria aqui na emissora para dizer mentiras, jamais. Meus filhos foram sim abusados por um vagabundo”,

desabafou a mulher.

O crime teria acontecido na noite do dia 23 de setembro, no bairro São Judas Tadeu, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Na ocasião, segundo a mulher, os filhos confirmaram que foram estuprados pelo rapaz e elas e os vizinhos resolveram fazer justiça com as próprias mãos.

“Fui com o martelo, quebrei a porta da casa. Revoltada, a população ajudou a bater. No fim de tudo ele fugiu e se escondeu na casa de uma pessoa irrelevante aqui da rua e deram apoio para ele”,

conto a mãe das vítimas.

O rapaz de 22 anos, suspeito do crime, contou que naquela noite de fato ele esteve na casa e com as crianças, mas a convite da própria mãe deles.

“Ela pegou e mandou mensagem pra ‘nóis usa’ droga na casa dela. Nisso eu peguei fui pra casa dela, ficamos até uma, duas, três horas da manhã. E nisso ela pediu pra eu levar ela na casa de um amigo. Levei ela na casa de um amigo e o cara não quis que eu ficasse lá, queria ficar só ele e ela. Deixei os dois lá e voltei pra casa dela. Peguei o celular do filho dela que estava carregando em cima da cama, mandei mensagem pra minha mãe e logo já sai. E os filhos dela estavam dormindo e continuaram dormindo. Nisso eu deixei a casa dela e fui pra casa da minha mãe e dormi. E logo de manhã cedo lá ‘por’ umas 10, 11 horas, ela já foi lá, os parentes foram junto com ela e quebraram janela, porta, bateram de martelo. Me levaram para fora e queriam colocar corda no meu pescoço para me enforcar”,

relatou o suspeito.

Mensagens

Ele ainda mostrou várias mensagens que recebeu da mulher desde o final do mês de agosto. Segundo o rapaz, eles se conhecem há anos, mas também se relacionavam como namorados.

“Mais de 12 anos que eu ‘tava’ ali. Então desde quando eu cheguei ali, eu conheço ela”. No início ‘nóis’ era só amigo, mas, mais pra frente, assim, depois que eu comecei a ficar mais velho, daí começou a ter alguma coisa entre nós”,

disse.
Conversa entre o suspeito e a mãe dos meninos. (Foto: Reprodução/Grupo RIC)

Em outra conversa, que ocorreu na madrugada em que os irmãos teriam sido estuprados, o jovem afirma que mandou mensagem para a amiga depois de deixá-la na casa do homem. Também há mensagens apagadas dela para ele.

A conversa divulgada pelo suspeito. (Foto: Reprodução/Grupo RIC)

“Minha irmãzinha de nove anos disse que ‘saiu pra fora’, atender ‘as pessoa’, falou que eu estava em casa e daí nisso ela voltou assustada para dentro, dizendo que tinha gente armada atrás de mim, tinha gente com pau, com um monte de coisa e nisso ela já veio com martelo, começou a quebrar a porta, chamou os parente dela, pegou e entrou dentro de casa da minha mãe, quebrou a porta ‘tava armado’, me arrastou pras fora e queria colocar a corda no meu pescoço”.

contou o rapaz.

De acordo com o homem, ele conseguiu fugir, mas logo depois escutou disparos, mas desde que foi acusado, ele afirma que sua a vida e de seus familiares “ficou revirada”. Além disso, o jovem contou que está escondido porque tem medo de ser assassinado.

“Eu não durmo direito, eu não como, eu tô igual um andarilho que não tem onde ficar. Eu tinha tudo, eu tinha trabalho, eu cuidava da minha casa e ajudava minha mãe”,

disse.

A mãe das crianças não desiste de ter respostas e quer que o culpado pague pelo crime.

“Quero respostas. Meus filhos falam e eles não são mentirosos, não são filhos de chocadeira e eu vou até o fim por tudo isso, não vou deixar impune”,

afirma a mãe das vítimas.

Investigação

O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil.

“As crianças foram encaminhadas para exame de corpo de delito, foram ouvidas várias testemunhas. Nós agora vamos analisar o laudo que está sendo elaborado, o laudo sendo apresentado aqui na delegacia, a gente anexando aos altos, eu já devo deliberar a respeito desse fato, deve analisar o que que tem ali. Tudo indica que tenha sim acontecido o crime”,

explica o delegado Fábio Machado.