São Paulo, 20 – O atraso na semeadura do milho safrinha 2020 por causa do cultivo prolongado da soja 2019/20 levou a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) a se reunir no início desta semana com o governo do Estado. “Levamos a preocupação à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) por entender a importância de o poder público estar ciente desta possibilidade (plantio do cereal fora da janela ideal), que poderá impactar a renda do produtor”, disse em nota o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
A entidade estima que, por causa do baixo volume de chuva, o plantio de soja esteja 27% atrasado – no ano passado, neste período, a lavoura já estava implantada. A avaliação é de que o atraso deverá “impactar negativamente nas segundas safras do Estado, em especial o milho”. “Para se atingir a máxima produtividade do cereal em Mato Grosso do Sul, a maioria dos agricultores deveria semear o milho até o dia 10 de março, entretanto, considerando os ciclos de cultivares utilizados pelos produtores na safra de soja e a época de plantio, a Aprosoja/MS estima que cerca de 30% do milho deverá ser plantado fora dessa janela”, disse a entidade. Com isso, há possibilidade de perdas por possíveis geadas, comuns nos meses de junho e julho, principalmente ao Sul do Estado.
“Levamos ainda (ao secretário Jaime Verruck) dados da exportação sul-mato-grossense de milho, que atingiu nesta última safra, até outubro, o volume de 2,1 milhões de toneladas, um recorde histórico para o Estado”, disse Dobashi. “Ainda apresentamos os balanços de oferta e demanda de milho brasileiro, apontando para um recorde brasileiro de consumo interno, assim como as exportações.”