MP investiga mortes de quatro idosos em clínica particular de Maringá
O Ministério Público (MP) do Paraná está investigando pelo menos quatro mortes de idosos em uma clínica de longa permanência, na Zona 05 em Maringá. Uma das mortes aconteceu na semana passada e uma das causas seriam as feridas na pele do paciente, que teriam sido tratadas com água sanitária pela direção da clínica.
O MP afirma que as quatro mortes aconteceram nos últimos meses na clínica. A morte mais recente investigada foi de Alaor Gregório, de 77 anos, que morreu no dia 13, dias após ter sido retirado da clínica.
A promotora do MP, Michele Nader, investiga se a morte de Alaor foi provocada por ações ocorridas dentro da clínica. “Uma das causas do óbito foi as úlceras que a vítima apresentava quando a clínica foi interditada. O que salta aos olhos é o depoimento de uma ex-funcionária da clínica relatando que a proprietária do local limpava estas feridas com água sanitária”, afirmou.
Alaor foi advogado da Câmara Municipal e da Prefeitura de Maringá. O ex-funcionário público era ligado aos movimentos sociais da consciência negra.
Nos últimos anos de vida, sofria com demência e, para ter cuidados especializados, a família pagava a clínica. No atestado de óbito consta a morte por pneumonia secretiva, úlcera de pele com inflamações generalizadas.
Relembre o caso
No início de julho, o MP promoveu a interdição da clínica, pois a instituição já era investigada pela morte de outro idoso. A proprietária do estabelecimento está presa desde então.
A prisão foi solicitada pelo MP após denúncias de maus-tratos e agressões físicas, que teriam resultado na queda de um idoso de 91 anos. No incidente, a vítima fraturou um osso, o fêmur, e acabou morrendo em decorrência do ferimento uma semana antes da interdição.