Motorista de aplicativo se manifesta após não permitir corrida de deficiente visual e cão-guia

por Bruna Melo
com informações da RIC Record TV Londrina
Publicado em 17 jul 2021, às 11h35. Atualizado às 12h22.

Uma motorista de aplicativo se envolveu em uma polêmica ao não permitir a corrida de um deficiente visual acompanhado do cão guia, em Londrina, norte do Paraná. O caso foi gravado por câmeras de segurança, na quinta-feira (15), na marginal da PR-445. Na sexta-feira (16), por meio de nota, a motorista se manifestou.

O passageiro, identificado como Thiago Bornia, de 40 anos, tem retinose pigmentar, doença rara que causa perda gradativa da visão. Ele anda acompanhado de Sharif, um labrador que o ajuda a identificar obstáculos e atravessar caminhos. As imagens gravadas mostram Thiago e a motorista conversando por um tempo, até que o carro sai sem levar ninguém. A condutora negou a corrida ao saber que o animal também viajaria.

De acordo com a Lei Federal Nº11.126, no Art. 1º, “é assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público”. No Art. 2º, a lei ainda complementa que “constitui ato de discriminação, a ser apenado com interdição e multa, qualquer tentativa voltada a impedir ou dificultar o gozo do direito previsto no art. 1º”.

A advogada da motorista, que não teve o nome divulgado, disse por meio de nota que em “nenhum momento teve qualquer intuito discriminatório ou de menosprezo do passageiro enquanto pessoa com deficiência”. O comunicado ainda justifica a atitude com o fato de a condutora não possuir “conhecimento sobre o treinamento conferido a um cão-guia e a segurança em transportá-lo em seu veículo”.

“Por fim, essa nota enviada à imprensa, tem o principal intuito de ser transmitida ao passageiro afetado por tal situação, constituindo, assim, um mais sincero pedido de desculpas“,

conclui a nota.