Ainda não há suspeitas de microcefalia por causa do zika vírus no Paraná

Dados sobre o avanço da microcefalia do Brasil, divulgados nesta terça-feira (05) pelo Ministério da Saúde, mostram que casos da má-formação subiram 6,6% em apenas uma semana, alcançado a marca de 3.174 registros. Até a semana passada era 2.975 casos.

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Menos de dois meses depois de o Ministério da Saúde decretar estado de emergência nacional em virtude do aumento de nascimento de bebês com microcefalia em Pernambuco, os casos já alcançam 684 cidades em 21 estados do País.

Além do Paraná, apenas os Estados de Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Santa Catarina ainda não tiveram registros de bebês com suspeitas da síndrome, que em 90% dos casos causa deficiência mental.

O maior número de casos continua sendo em Pernambuco: 1.185, o equivalente a 37,33% do total registrado em todo o País. Em seguida, estão os estados da Paraíba (504), Bahia (312), Rio Grande do Norte (169), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (139), Mato Grosso (123) e Rio de Janeiro (118). Nesta semana, um caso suspeito de microcefalia foi identificado no Amazonas.

O aumento no número de nascimentos de bebês com microcefalia foi relacionada pelo Ministério da Saúde à infecção do feto, ainda durante a gestação, pelo zika vírus. O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya, chegou ao País em 2015 e provocou uma epidemia nos Estados do Nordeste. Exames em fetos com microcefalia identificaram a presença do vírus no líquido amniótico de dois fetos.

Os médicos recomendam que gestantes mantenham o acompanhamento e consultas de pré-natal e que adotem medidas para tentar evitar picadas do mosquito: uso de blusas de manga longa e calças, a aplicação de repelentes e, se possível, adotem o uso de telas em portas e janelas.

“O uso de roupas de manga longa é desafiador, diante do calor feito no País”, reconheceu o professor de saúde coletiva da Universidade Federal de Goiás, João Bosco Siqueira Filho. “E telas nas casas representa um investimento que nem todos podem arcar. Mas são medidas que podem ajudar”, completou.

Diante do aumento de casos, o governo formou uma força-tarefa, integrada por 19 ministérios, para combater o Aedes aegypti. Em dezembro, o Ministério da Saúde enviou mais 17,9 toneladas de Larvicida para os estados do Nordeste e Sudeste, totalizando 114 toneladas para todo o País.