Micro e pequenas empresas são responsáveis por maior parte das oportunidades de emprego no Paraná

por Julia Cappeletto
com informações do Cícero Bittencourt e supervisão de Caroline Berticelli, da RIC Record TV
Publicado em 14 set 2021, às 17h09.

Com a pandemia da Covid-19 muitas empresas e estabelecimentos tiveram dificuldades para manter as portas abertas, pagar os funcionários e continuar com os negócios. Mas, alguns empreendedores conseguiram encontrar espaço dentro da crise para o crescimento.

Este é o caso do barbeiro Natanael Marques de Araújo, que de corte em corte vai vendo o sonho de ser empresário se tornar realidade.

“Nosso segundo mês de barbearia a gente atendeu clientes das 6h30 da manhã e chegamos a atender até 1h30 da manhã. Foi uma loucura”,

conta Natanael.

Com apenas um ano de empresa, a barbearia de Natanael já cresceu mais de 30%. Atualmente, três funcionários trabalham no local, mas a demanda tem crescido e foi preciso abrir vagas para contratar mais gente.

“Tem que ter confiança no que faz, não pode ter medo, e tem que ter educação financeira. Tem que ter um conhecimento, porque você ser barbeiro é uma coisa, você ser empresário é outra completamente diferente”,

afirma o barbeiro.

Este bom momento nos negócios tem refletido também no número de geração de empregos no Paraná. Em julho, o estado teve um saldo positivo de quase 15 mil novas contratações, sendo que 90% dessas oportunidades surgiram de micro e pequenas empresas.

“Esse é um momento em que as empresas estão pensando que agora o pior já passou, apesar dos casos ainda estarem aí. Mas, nesse novo momento da pandemia, todo mundo está buscando essa alternativa. Eu vejo que o boom vem justamente para alavancar a economia neste período agora até o final do ano, que nós sabemos que as vendas aumentam por si só, por terem datas comemorativas, mas também por sentirem essa necessidade de vender mais, comercializarem mais”,

explica Sonia Xavier, presidente da Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Paraná (AMIC/PR).

O setor de serviços é o que mais tem impulsionado a geração de empregos e isso se explica no fato de que com o desemprego, a alternativa para muitas pessoas foi abrir o próprio negócio. Para muitos, o que antes era um hobbie acabou se tornando uma forma para ganhar dinheiro.

A empreendedora Josiane Raupp aderiu a essa tendência e, há alguns meses, montou uma clínica de estética no quintal de casa. “No início foram mais as amigas, eu chamava elas pra fazer fotos para estar divulgando e elas foram as três primeiras clientes”, relata.

O negócio acabou dando certo e Josiane precisou contratar uma funcionária. Foi a chance de Ana Paula para melhorar as condições de trabalho e trocar as faxinas como diarista pelo emprego na clínica.

“Eu era cliente dela, e eu comecei a pegar o jeito, ela me chamou pra fazer um teste. Daí eu comecei a fazer o teste, comecei a gostar. E hoje, eu estou aí, apaixonada pela nova profissão. Devido a pandemia estavam caindo bastante as minhas diárias”,

conta Ana Paula.

Em um período em que a economia passa por uma crise, e tenta aos poucos se recuperar, os pequenos negócios têm sido ótimos na geração de renda, capital e investimentos.

“Me surpreendeu muito, porque eu sou formada na área de administração e eu não tive muito êxito nessa área de trabalho, e de repente eu fui para uma área totalmente diferente e deu super certo. Eu olho para trás e vejo tudo que mudou a minha vida em um ano. Estou muito grata”,

finaliza Josiane.